A atividade do Sol está em sua fase mais baixa dos últimos 100 anos, afirmam pesquisadores. |
Cientistas alertam que o Sol está diminuindo sua atividade, podendo nos conduzir a uma pequena “Era do Gelo”
Eles dizem que as condições são assustadoramente semelhantes àquelas encontradas antes do Mínimo de Maunder, um tempo em 1645, quando uma mini Idade do Gelo congelou o rio Tâmisa, em Londres.
As novas observações indicam que a calmaria do Sol pode causar grandes mudanças, existindo chances de 20% em interferências nas temperaturas globais.
"Seja qual for a medida que usamos, os picos solares estão caindo”, comentou Richard Harrison do Laboratório Rutherford Appleton, do Reino Unido, em entrevista à BBC. "Eu sou físico solar há 30 anos, e eu nunca vi nada igual".
Ele diz que o fenômeno pode levar a invernos mais frios do mesmo modo que ocorreu no Mínimo de Maunder: "Havia invernos frios, quase uma mini Era do Gelo, tão forte que congelou o rio Tâmisa”, disse.
Lucie Green da UCL, rebate a teoria de Harrison. Ela acredita que as coisas poderiam ser diferentes desta vez devido à atividade humana: "Temos 400 anos de observações de uma forma muito semelhante à fase de quando tivemos o Mínimo de Maunder. O mundo em que vivemos hoje é muito diferente, a atividade humana pode neutralizar isso - é difícil dizer quais são as consequências".
Mike Lockwood da Universidade de Reading, diz que as temperaturas mais baixas poderiam afetar o sistema global, fazendo com que os mecanismos meteorológicos entrem em colapso: "Nós estimamos que em 40 anos, teremos uma probabilidade de 10 a 20% de entrarmos novamente no Mínimo de Maunder”.
No ano passado, a Nasa advertiu que ‘algo inesperado’ pode estar ocorrendo com o Sol. A agência afirmou que 2014 deveria ser o ano do “máximo solar”, o auge do ciclo das manchas que ocorre a cada 11 anos, mas as novas imagens revelam uma atividade relativamente baixa e isso não era esperado pelos astrônomos.
Físicos da Nasa ficaram perplexos com a aparente ‘falta de atividade’ – alguns cientistas se perguntam se a agência espacial não teria interpretado de forma errada as imagens obtidas.
No entanto, o físico solar Dean Pesnell do Goddard Space Flight Center acredita ter uma explicação diferente: “Este já é o máximo solar, mas parece diferente do que esperávamos. Os dois últimos máximos solares ocorreram por volta de 1989 e 2001. Tiveram não um, mas dois picos. A atividade solar subiu, caiu, e em seguida, levantou-se novamente, realizando um mini-ciclo que durou cerca de dois anos”, disse ele.
Ele acredita que a mesma coisa está ocorrendo agora. Segundo sua análise, as manchas solares subiram em 2011 e caíram em 2012: “Eu me sinto confortável em dizer que um pico ocorreu em 2013 e, possivelmente irá durar até 2014”.
Apesar da aparente confusão, os pesquisadores não entraram em um acordo comum sobre a “calmaria” do Sol e não sabemos se isso, de fato, pode afetar o clima na Terra de alguma maneira.
Infelizmente, conexões diretas entre a atividade solar e o clima terrestre é um campo de pesquisa que ainda está em desenvolvimento.
O que é o Mínimo de Maunder?
O Mínimo de Maunder, também chamado de Mínimo de Manchas Solares Prolongado, é um período que teve início no ano de 1645 e durou até 1715. Nesta época, manchas solares tornaram-se extremamente raras e quase não eram observadas na época.
O fato provocou uma onda de frio que congelou rios famosos, como Tâmisa em Londres. Este período de aparente “inatividade solar” ocasionou o surgimento climático de uma “Pequena Era do Gelo”, tornado comum neve em locais de baixa altitude onde isso não ocorria anteriormente.
Jornal Ciência
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