O apartidarismo ,o Niilismo e o Fascismo
Este é um momento lindo que eu sempre esperei viver pra ver no Brasil, mas e daí? Muita gente anda dizendo por aí, erroneamente, que o Brasil passa por uma revolução. O que presenciamos são apenas várias revoltas sem qualquer direcionamento ideológico.
O brado do apartidarismo e do NADA ideológico que caracterizam tais manifestações é o que as distinguem de atos revolucionários. Revolucionar é inverter ou transformar estruturalmente uma sociedade. Diminuir o preço da passagem podemos conseguir com uma revolta, mas transformar de verdade um país, só através de uma revolução. "Educação!" "Saúde!" "Emprego!" "Fim da corrupção !!!" No grito? Se grito resolvesse porco não morria. Por outro lado,a violência pela violência que grassa pelas ruas de nada adianta.
É o nada! É o niilismo! É morrer e matar em nome de nada.É pura revolta.
Uma revolução se faz com ideias. Qual é a ideia que norteia o que vivemos. Indignação? Indignação não é ideia, é sentimento. Revolucionar é direcionar a indignação sob a tutela de um ideal. De nada adiantou preocupação com a não "partidarização" do movimento, porque os oportunistas aparelhados lá estavam, como que se por um encanto, tivessem se convertido de exploradores dos cofres públicos em defensores das causas populares.
Por falar em exploradores, porque não focar na Constituição? Por que não exigirmos o fechamento do Congresso e a inelegibilidade dos que lá estão? Afinal, nada vai mudar enquanto os deputados e senadores que representam a elite vampira lá continuarem. O povo precisa se apropriar das "máquinas de fazer leis " que no Brasil sempre pertenceram às elites!
A falta de um direcionamento para esse momento de indignação poderá contribuir para uma reação militar ou até mesmo para a ascensão de grupos de extrema-direita. A desordem agrada àqueles que defendem o "deixe tudo como está". "O gigante acordou", mas permanece inerte, carente de uma direção que o leve pra longe de viver um novo pesadelo.
Rogério Carvalho é presidente do PSOL Cabo Frio |
Professor Rogério Carvalho
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