quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

CST-PSOL: Intervir nas lutas e nas eleições com as pautas de junho e sem alianças com a burguesia!


O PSOL 2014, ALIANÇAS E PROGRAMA
O ano de 2014 se mantém sob o signo das jornadas de junho. Mobilizações do MTST, “rolezinhos” em SP, passeatas pela federalização das universidades pagas no Rio, e rebeliões operárias questionando os patrões e os velhos burocratas, como rodoviários de Porto Alegre ou os operários do COMPERJ. Os servidores federais, como a FASUBRA e CONDSEF, votaram greve, além da educação como a CNTE que já convocou greve geral para março. O governo Dilma, os governadores e os partidos da ordem estão contra a parede em meio às mobilizações na véspera da Copa da FIFA e das eleições.


A velha direção lulista é questionada e já não pode mais conter a revolta popular contra os efeitos da crise na economia como a inflação, o desemprego, os baixos salários, os aumentos das tarifas de ônibus, a privatização da saúde e educação, além da violência policial nas favelas. Em meio a essa nova situação há um importante avanço no nível de consciência dos trabalhadores, da juventude e do povo.

No país do futebol os gastos com a Copa da FIFA estão sendo questionados já que regiões inteiras não têm serviços públicos de qualidade e padecem com a falta de água e luz. Questiona-se as isenções fiscais para a FIFA, as obras faraônicas em estádios, as remoções de comunidades pobres, o encarecimento do custo de vida nas cidades, o alto preço dos ingressos e a ampliação da especulação imobiliária. Por isso nossa tarefa é seguir nas ruas, nas lutas, nas greves, preparando as campanhas salariais de maio, agitando a necessidade da unificação das mobilizações visando novas jornadas de junho e novas greves massivas com as de outubro de 2013, preparando o caminho para uma necessária greve geral.


A polarização e as lutas vêm aumentando desde junho, por isso surgem iniciativas de criminalizar os manifestantes e a esquerda. Utilizando-se da tragédia que tirou a vida de Santiago de Andrade o PT acaba de editar autorização para que o exército reprima manifestações, sendo que a ABIN está monitorando os protestos. Além disso, o PT e o PMDB querem aprovar uma lei antiterrorismo no congresso nacional. Um operativo do governo da ex-guerrilheira que mais lembra a ditadura e o AI-5. Um processo que deve ser combatido, pois se ataca os manifestantes, organizações da esquerda, o PSOL e o deputado Marcelo Freixo.

Na contramão dessa dinâmica assistimos a manutenção da política conciliadora da Unidade Socialista, que dirige o PSOL. Acaba de ser divulgado pelo facebook do PSOL do Amapá, comandado pelo Prefeito Clécio e o Senador Randolfe, que uma reunião entre PSOL, PPS, PCB, PV e PRTB selou uma frente eleitoral para as eleições de 2014. “Em reunião na tarde desta quinta-feira, PSOL, PCB, PPS, PV e PRTB, repactuaram frente para 2014. As alianças foram reafirmadas e deverão trabalhar juntas nas eleições de 2014.” (Facebook PSOL AP 20/02/14). Caso se confirme esse leque de alianças, se manterá a linha fisiológica que caracteriza o partido naquele estado, onde o PSOL já se aliou com a oligarquia Capiberibe do PSB; com o PTB de Roberto Jeferson para apoiar Lucas Barreto, como candidato a governador, uma figura ligada ao Sarney, acordo que garantiu a eleição de Randolfe para o senado (desrespeitando decisão do Diretório Nacional); mais recentemente aconteceram os acordos com PPS, PSDB e DEM que apoiaram Clécio na eleição para prefeito de Macapá. Tudo isso enquanto a Unidade Socialista colocava Lula e Dilma no programa de Edmilson em Belém. No segundo semestre de 2013, na Câmara Municipal de Macapá, Randolfe e Clécio participaram junto com Gilberto Kassab, ex-prefeito de São Paulo e presidente do PSD, da mesa da solenidade que filiou Lucas Barreto ao PSD.


O pior é que atualmente, caso se concretize essa aliança, ela contará com Jorge Amanajás, grileiro e sojeiro integrante do agronegócio, ex-deputado estadual pelo PSDB, hoje no PPS, ex-presidente da Assembleia Legislativa do Estado e réu na operação "Mãos Limpas". Uma política de alianças que descredencia o PSOL para se apresentar como alternativa frente à roubalheira e o descaso social que ocorre no Amapá. Uma política que, mais uma vez, abala nossa imagem após as jornadas de junho, pois arrasta o PSOL para a vala comum dos partidos da ordem e da corrupção. Uma linha que iguala o PSOL aos partidos do sistema e suas alianças de todo tipo, no mais puro fisiologismo, para disputar cargos e governar, sempre contra os trabalhadores e o povo. Uma política que o Diretório Nacional do PSOL não deve mais avalizar. Chamamos a militância de todo país a se rebelar contra essa situação, pois só assim poderemos derrotá-la. Propomos que os diretórios regionais dirigidos pelo Bloco de Esquerda se pronunciem rechaçando esse arco de alianças em Macapá e em nível nacional. Essa proposta deve ser barrada, pois contraria ao caráter de classe que queremos dar ao nosso partido e o programa de fundação do PSOL. O pragmatismo eleitoralista e aliancista, leva ao rebaixamento programático e ao pragmatismo político, como tragicamente comprova a experiência negativa do PT.

Por sorte, encontramos um contraponto a esse processo na Prefeitura de Itaocara no Rio de Janeiro. Lá o Prefeito do PSOL, Gelsimar Gonzaga, se elegeu sem alianças com os partidos do capital, sem financiamento de empresários e governa se apoiando na população e não em acordos espúrios. Realiza assembleias populares e enfrenta a Lei de Responsabilidade Fiscal, feita para arrochar salários de servidores, para demitir e privatizar serviços. Além disso, se coloca em oposição de esquerda a Dilma e Cabral e apoia as greves e lutas que estão acontecendo.

Eleições 2014 e nosso programa

A direção nacional do PSOL acaba de lançar a chapa majoritária para as eleições presidenciais em 2014, com Randolfe e Luciana Genro como pré-candidatos. Infelizmente, impuseram Randolfe com candidato apesar de todos os questionamentos no último congresso do partido e apesar de que a maior parte da base se posicionou por prévias. Por outro lado, isso demonstra o erro do MES em aceitar ser vice de Randolfe sem nenhuma exigência programática e de política de alianças.

Impõe-se discutir as propostas que vamos apresentar no processo eleitoral de 2014. Isso é importante porque o ultimo programa de TV do partido mostrou evidentes problemas políticos que toda a militância deve debater e que o diretório nacional deve corrigir, já que a linha que está em curso nada tem a ver com a voz das ruas, o espírito radical das jornadas de junho e o perfil que a esquerda deve levantar nas eleições. O programa pegou apenas dois pontos progressivos – Belo Monte e Dívida Pública – e se limitou a não dar nome aos bois (falou em “principais partidos” sem dizer que são PT, PSDB, PMDB e PSB os que governam o país há 20 anos); não citou uma vez sequer o governo Dilma e os estaduais, que são os agentes aplicadores da política nefasta aplicada em nosso país. Apresentou generalidades acerca da Tarifa Zero e da realização de Plebiscitos e no que tange o combate à corrupção, ao invés da denúncia do regime como um todo, Randolfe prometeu “um Brasil livre da corrupção”. Mesmo quando falou da dívida pública, a proposta concreta que apresentou foi apenas a auditoria, quando a esquerda tem acumulado há décadas a suspensão do pagamento enquanto a dívida é auditada. Não se falou do Brasil real, já que não se criticou Dilma, Sarney, a Copa da FIFA e não se falou do apoio às greves, mobilizações e passeatas!


Todo o esforço, do Oiapoque ao Chuí, foi mostrar um PSOL bem comportado e um candidato “socialista” palatável. E nesse aspecto, infelizmente, Luciana Genro atuou para legitimar essa política “pela esquerda”, pois apesar de falar sobre programa e escrever sobre o assunto, o que se impôs foi a política da Unidade Socialista com uma maquiagem aqui e outra ali. O que era de se esperar já que a US mantém a cabeça de chapa. O pior é que Randolfe é contra reestatizar o que foi privatizado por FHC, Lula e Dilma, afirma que sua candidatura não é antimercado e reivindica a constituição federal burguesa em vigor.

É preciso mudar o rumo! O PSOL deve dialogar com cada brasileiro massacrado no seu dia-a-dia, aqueles que sofrem nos trens, metrôs e ônibus. Os que têm salários cada vez mais arrochados pela inflação; os que estão mais endividados; os desempregados, os jovens estudantes e das periferias sem futuro, os que estão nas ruas e nos piquetes enfrentando a repressão da PM assassina. Sobretudo, o PSOL tem que falar para os milhões de brasileiros que estão cansados das generalidades e das maquiagens dos marqueteiros de plantão. Na superação das mazelas dos que dominam o povo brasileiro, o que é fundamental para ocupar todo o espaço à esquerda que está aberto e ser uma alternativa política para a legião de indignados e grevistas que toma conta do país. Necessitamos de uma campanha de esquerda, para combater Dilma e o pacto de ajuste fiscal acertado com os governadores que acaba de cortar 40 bilhões das áreas sociais; para combater o pagamento da dívida, suspendendo seu pagamento; para exigir verbas pra salário, emprego, saúde e educação e não pra Copa da FIFA; para combater os reajustes das tarifas e estatizar os transportes; para por fim a violência policial; para estar ao lado dos que lutam por melhores salários; para apoiar a luta feminista, dos negros, LGBT’s, indígenas e ambientalistas; uma campanha radical com a voz das ruas e pauta das jornadas de junho!


Corrente Socialista dos Trabalhadores – PSOL 26/02/14

CST - PSOL

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Claudio Leitão: O “TIPO POSSÍVEL” ?

Claudio Leitão: "Vou continuar utópico, sonhador e radical!"
O tipo de país que queremos é o “Tipo Possível” ?

Faço esta pergunta, pois tenho percebido nas redes sociais, diversos comentários de petistas e até de pessoas sem vinculação partidária que devemos nos conformar com a atual situação e que o “sistema” é muito forte e não é possível enfrenta-lo. Dizem que o que acontece no país, as “melhorinhas” alcançadas com os programas sociais, umas até interessantes, outras meras políticas compensatórias de transferência de renda (que eu sou a favor, pois quem tem fome tem pressa, mas que precisam ter portas de saídas estruturantes) são as alternativas POSSÍVEIS diante do quadro e que qualquer enfrentamento vai ser combatido pelas “famosas elites”.
 
Com isso chegamos a conclusão que o POSSÍVEL é governar com Sarney, Renan, Barbalho, Maluf, Collor e outros. O POSSÍVEL é continuar comprometendo metade do orçamento para pagar juros e amortizações de uma imoral e ilegal dívida pública que apesar dos pagamentos, só faz crescer ainda mais. O POSSÍVEL é o fator previdenciário, a maior sacanagem que já fizeram com o trabalhador brasileiro e que o PT era conta quando FHC aprovou. O POSSÍVEL é cortar gastos sociais para elevar o superavit primário. O POSSÍVEL são os baixos investimentos em saúde, educação, habitação, etc... Tem resultados positivos que o crescimento da economia faz sozinho. Isso não transforma estruturalmente o país. Aponte uma, eu disse uma, reforma estrutural feita pelo PT?
 
Bem, a elite não deixa !
 
Porém, a maior parte da elite e da direita está no governo, na tal coalizão. O resto está inconformada no DEM e PSDB. O que o PSOL defende era o que vocês defendiam. O fracasso dessa governabilidade está expressa nas ruas. Achar que o avanço POSSÍVEL é só isso que está aí, na minha opinião é aceitar as velhas migalhas do grande capital. Eu quero outro país e discordo frontalmente de vocês com relação as possibilidades de alcançá-lo. Os embates fazem parte do processo de ruptura. O PT se conformou aos interesses do capital, que sem dúvida vai permitir que ele faça estas políticas compensatórias maquiadoras da pobreza para continuar ganhando as eleições. Este espaço é curto para um debate deste tamanho. De fato, a maior parte do povo é conservador, despolitizado e não acredita na política como fator de transformação, um "enorme lumpezinato".
 
Então nada pode ser feito para mudar isso ?
 
Penso que não, prefiro acreditar em Brecht: Nada deve parecer impossível de mudar". Alguns marxistas dizem que uma parte deste lúmpen veio do seio da classe operária, fundou um partido, depois centrais sindicais, e após muita luta contra os patrões chegaram ao poder, e agora governam com estes mesmos patrões e o que é pior, governam prioritariamente para eles.

 
Vou continuar utópico, sonhador e radical.

Claudio Leitão é economista e membro da executiva do PSOL Cabo Frio

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Reunião do PSOL Cabo Frio


Neste Sábado o PSOL Cabo Frio realizará reunião ordinária aberta.
 
Venha conhecer o partido e fazer parte dessa luta!
 
Pauta:
- Conjuntura política local e nacional
- Rumos do partido em 2014
- Projetos de comunicação
- Contribuições da militância

domingo, 16 de fevereiro de 2014

CAETANO DEFENDE FREIXO E DISPARA CONTRA GLOBO


O compositor Caetano Veloso, simpatizante do deputado Marcelo Freixo, do PSOL, publicou artigo neste domingo em que critica a postura do jornal O Globo, para o qual colabora, em relação à morte do cinegrafista Santiago Andrade. Leia abaixo:

Freixo outra vez

Gosto de Freixo não porque ele é do PSOL. Acho que gosto um tanto do PSOL por ele abrigar Freixo. Sou independente, conforme se vê. Ser estrela é bem fácil. Nada importam as piadas dos articulistas reacionários que classificam minhas posições como Radical Chic. Desprezo a tirada de Tom Wolfe desde o nascedouro. Antigamente tentavam me incluir na chamada esquerda festiva. Isso sim, embora incorreto, me agradava: a expressão brasileira é muito mais alegre, aberta e democrática do que a de Wolfe. Mas tenho vivido para desmontar o esquema que exige adesão automática às ideologias da moda. Deploro o resultado das revoluções comunistas. Todas. E, considerando o Terror que se seguiu a 1789, sou cético quanto a revoluções em geral. Na maioria das vezes, a violência se dá, não para fazer a história humana caminhar, mas para estancar seu fluxo. Olho com desconfiança os moços que entram em transe narcisista ao quebrar vidros crendo que desfazem a trama dos poderes. Ainda hoje não consigo adotar a posição que considera Eduardo Gianetti, um liberal crítico, ou André Lara Rezende, o homem que põe em discussão o crescimento permanente, conservadores. Nem acho que o conservadorismo seja necessariamente um mal. A adesão de alguns colegas meus à nova direita me deixa nauseado, não por ser à direita, mas por ser automática.

Simplesmente me pergunto qual exatamente será a intenção do GLOBO ao estampar manchetes e editoriais induzindo seus leitores a ligarem Marcelo Freixo aos rapazes que lançaram o rojão que matou Santiago Andrade. A matéria publicada no dia em que saiu a chamada de capa com o nome do deputado era uma não notícia. Nela, a mãe de Fábio Raposo, o rapaz que entregou o foguete a Caio Souza, é citada dizendo acreditar que o filho “tem algum tipo de ligação com Freixo”. Isso em resposta a uma possível declaração do advogado Jonas Tadeu Nunes, que, por sua vez, partiu de uma suposta fala da ativista apelidada Sininho. O GLOBO diz que esta nega. Como então virou manchete a revelação da possível ligação entre o deputado e os rapazes envolvidos no trágico episódio? Eu esperaria mais seriedade no trato de assunto tão grave.

Li o artigo do grande Jânio de Freitas em que ele defende a tese de intenção deliberada de assassinar um jornalista, o que está em desacordo com as imagens exibidas na GloboNews. Sem falar na entrevista do fotógrafo, que afirma que o detonador do artefato tinha mirado os policiais. Claro que me lembrei, ao ver a primeira reportagem na GloboNews, dos carros de emissoras de TV incendiados durante as manifestações, o que me levou a participar da indignação dos âncoras do noticioso. Um vínculo simbólico entre aquelas demonstrações de antipatia e o ocorrido em frente à Central é óbvio: um rojão sai das mãos de um manifestante e atinge a cabeça de um jornalista. Mas parece-me abusivo ver nisso o propósito de matar o repórter. Nas matérias que se seguiram, O GLOBO, ecoando falas do advogado Jonas Tadeu, que diz não ser pago por ninguém para defender os dois réus mas conta que um deles diz receber dinheiro para ir às manifestações, insiste em lançar suspeita sobre Freixo, por ser o PSOL, seu partido, um possível doador do alegado dinheiro. Na verdade, as declarações do advogado, mesmo nas páginas do GLOBO, soam inconvincentes. O mesmo Jânio de Freitas, em artigo posterior àquele em que defende a tese de assassinato deliberado, se mostra desconfortável com o comportamento de Jonas Tadeu. Já O GLOBO, no qual detecto uma sinistra euforia por poder atacar um político que aparentemente ameaça interesses não explicitados, trata as falas de Tadeu sem crítica. Uma das manchetes se refere a vereadores do PSOL que teriam contribuído para uma ação na Cinelândia, na véspera de Natal, sugerindo ligação do partido com vândalos, quando se tratava de caridade com moradores de rua. O tom usado no GLOBO é, para mim, de profundo desrespeito pela morte de Santiago.

Freixo, em fala firme ao jornal, desmente qualquer ligação com os dois rapazes. Ele também lembra (assim como faz Jânio) que Jonas Tadeu representou o miliciano Natalino.

Quando Freixo era candidato a prefeito, escrevi artigo elogioso sobre ele. O jornal fez uma chamada de capa que, a meu ver, desqualificava meu texto. Manifestei minha indignação. A pessoa do jornal que dialogava comigo me assegurou não ter havido pressão dos chefes. Acreditei. Agora não posso deixar de me sentir mal ao ver a agressividade do jornal contra o deputado. Tudo — incluindo os artigos de autores por quem tenho respeito e carinho — me é grandemente estranho e faço absoluta questão de dividir essa estranheza com quem me lê.

O Globo

Claudio Leitão: Papo reto na educação!



Inaugurando o novo canal de comunicação e debates do PSOL Cabo Frio com a população.
 
 
É o primeiro episódio do Papo Reto com Claudio Leitão, hoje falando sobre a educação municipal em nossa cidade.

Victor Davidovich: A política só pode servir a eles...

Vamos lá:
1)
Sim, a coisa anda nojenta na política mesmo. Mas não é porque as pessoas se organizam em partidos. Isso é uma movimentação legítima, conquistada com muita luta (já que antigamente só eram legalizados os partidos das elites). O direito de se organizar, seja em associações estudantis, sindicatos, partidos ou seja lá o que for é completamente necessário à democracia. Ou só as elites podem se organizar e juntar uma gama de partidos de aluguel pra disputar as eleições com todas as vantagens possíveis? A POLÍTICA NÃO VAI SERVIR SOMENTE AO STATUS QUO, LIDE COM ISSO. Também vai servir aos que querem mudança.

2) Sim, a coisa anda nojenta na política mesmo. E você, Alex Garcia, contribui pra isso quando defende o governo de Cabo Frio a qualquer custa. Eu sei elogiar e sei criticar, quer ver? Muito bom estarem drenando e asfaltando Unamar, muito ruim a situação da educação. Você prefere defender o governo que te emprega com unhas e dentes, chegando ao ridículo de me empurrar pro lado do PDT e do PMDB (enquanto ano passado gente da oposição me empurrava pro lado de Alair). Você criminaliza movimentos sociais (sim, você nos classificou como CRIMINOSOS quando ano passado reivindicávamos melhorias no transporte) e os chama de oportunistas (como se a situação do transporte de Cabo Frio não fosse trágica! como se você soubesse da situação do transporte melhor do que eu e meus colegas que pegamos ônibus em uma das piores linhas diariamente!), e de outras coisas.

3) Sim, a coisa anda nojenta na política mesmo. E, de repente, se o prefeito que você tanto defende colaborar, as coisas podem melhorar. Mas você não tem coragem de abrir a boca sobre a Comissão de Transportes prometida ano passado em audiência pública e agora engavetada. Você não tem coragem de falar do quão antidemocrática é a gestão dessa cidade, a exemplo de todo o país. E nem tem coragem de chamar eu e mais algum dos envolvidos nos movimentos sociais do ano passado para o seu programa, porque sabe que suas mentiras e falácias caem com uma facilidade enorme.

4) O vereador Ayron Freixo, do PT de Arraial do Cabo, contribuiu com a quantia de 50 reais para a produção de panfletos. O SEPE e o Sindicaf ajudaram com uma quantia maior para pagar o carro de som do dia 19 de Junho e o trio elétrico do dia 27. Estudantes do IFF contribuíram e velhinhos que passavam pela praça também. Com o excedente do carro de som e do trio, compramos spray, faixas, megafone e pagamos os panfletos de convocação pro ato. Atos precisam de dinheiro para serem construídos se houver estrutura envolvida. Ou você vai usar a mesma tática da Globo e da Veja que acusam o Renato Cinco de financiar as manifestações enquanto ele doou para um ato que distribuiu comida e cultura para moradores de rua?

5) Acredito que os trabalhadores tenham ficado felizes sim, mas a doação é de responsabilidade das direções dos sindicatos. Acredito que cada cidadão cabofriense tenha ficado satisfeito com aquele ato gigantesco e com os atos menores contra os abusos da Salineira e a conivência do poder público. E é extremamente normal a ajuda mútua entre movimentos sociais. Eu, pessoalmente, já estive em mais atos pela valorização dos professores do que por qualquer outra coisa. Estive em Brasília por isso. Estive em Campos por isso. Estive no Rio duas vezes por isso. Estive na praça em frente à prefeitura de Cabo Frio algumas vezes por isso.

6) Quando o clima de insatisfação voltar, combina com o tal do Totonho pra qual lado vocês vão me jogar, pra ficar mais coerente e não ficar feio pra vocês. Ah, não tenho coluna no Rafael Peçanha e muito menos apoio a politicagem de Jânio e Marquinho. Mas as mídias fecham as portas pra gente e nós nos enfiamos nas brechas.

7) Um dia te convido pra ir no McDonalds, já que você fica tão incomodado de eu ir sem você.

(acrescentando) 8) Já ia me esquecendo de falar da incoerência de você criticar doações pra manifestações mas não criticar os milhões que tanto seu prefeito quanto a falsa oposição usaram em campanha. Mil páginas para arrecadações para manifestações populares, nem uma sobre financiamento privado de campanhas por empreiteiras e outros grupos empresariais que esperam suas compensações.
Victor Davidovich é Diretor no Grêmio Estudantil Síntese e membro da Executiva PSOL Cabo Frio

via Facebook

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Assembleia unificada do SEPE!


Neste sábado haverá assembleia do SEPE no Rio de Janeiro!
 
Teremos transporte saindo de Cabo Frio. Reserve sua vaga ligando para o Sepe Lagos: 2644-9898 e 2644-3781.
 
A sua participação na luta pela educação pública de qualidade é muito importante!!!

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Resposta ao prefeito Alair Corrêa


Informe ao senhor prefeito de Cabo Frio
 #1 O SEPE não é contra os contratados, pelo contrário! É o SEPE que defende radicalmente a isonomia entre concursados e contratados.

#2 Assim como outros diretores e diretoras repudiamos a precarização da educação pública do ex-prefeito MM e do senhor.


#3 A Lei de Responsabilidade Fiscal não está ameaçada.

#4 As contratações devem obedecer a critérios previstos em edital.

#5 "deixo claro que NOSSO OBJETIVO É CUMPRIR SEMPRE O QUE A JUSTIÇA DECIDE".
Então chame imediatamente os concursados.

#6 "aconselhamos os adversários políticos do SEPE a guardarem seus foguetes, até porque todos sabem quem entende deles em Cabo Frio."
É lamentável o prefeito de uma cidade tão importante como Cabo Frio encerrar uma nota assim.

Charles Pimenta é professor de geografia da rede estadual, presidente do PSOL Cabo Frio e diretor do Sepe Lagos

Via Facebook

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

O fusca, a surra e o fascismo



Há um exagero evidente quando se afirma que os tais “black blocks” são um agrupamento “fascista”. Fascismo, meus amigos, é outra coisa.
 
Fascismo requer um líder autoritário, que fale em nome da pátria, com um discurso unificador. Os “black blocks” não possuem esse discurso, e aparentemente não há líderes a unificar a ação.

Prefiro ver os “black blocks” de outa forma: são um sintoma de que algo não vai bem na sociedade brasileira. Assim como os rolezinhos nos shopping centers. São dois fenômenos muito diferentes, mas os dois indicam que o sistema político brasileiro vive um impasse e precisa ser reformado. Doze anos de lulismo criaram um novo Brasil (na economia e no consumo). E esse novo país não se reflete na institucionalidade política – carcomida pelo peemedebismo e pelo autoritarismo secular. Os curto-circuitos começam a surgir.

O “black blocks” são fascistas? Mas e
os policiais que encurralaram os manifestantes dentro de um hotel em São Paulo? São representantes do que?

Além do mais, é preciso compreender que os rapazes de preto são apenas parte (a mais barulhenta, talvez) dessa turma que foi pras ruas em 2013 e que agora deu início à temporada de protestos versão 2014: também há o pessoal do PSOL, do PSTU, sem falar na classe média “apartidária” (mas que de apartidária não tem nada) - sobre o tema, confira o excelente texto do professor Wagner Iglecias.

Ainda não surgiu uma liderança construtiva que consiga canalizar essa energia das ruas. Qual o programa dessa turma? Se for apenas o “fora PT!”, esperemos a resposta nas urnas de outubro. Mas parece-me que há mais do que isso. Dilma fez a leitura correta em junho de 2013: propôs a Reforma Política. Bloqueada pelos conservadores do PMDB, preferiu recuar.

O sistema político brasileiro precisa ser reformado. Mas não será alterado por esse movimento amorfo, sem programa, e que parece ser antes um sintoma de mal-estar social do que uma força política efetiva.
O incêndio de um fusquinha em meio às manifestações no dia do aniversário de São Paulo virou símbolo dos impasses desse movimento. O objetivo dos rapazes de preto seria atacar a “ordem”. Ok. Mas a vítima acabou sendo um trabalhador que seguia com a família no fusca. Patético para quem olha de longe. Trágico para o dono do fusquinha.

Não acho que fazemos bem em “demonizar” os jovens vestidos de preto. Antes de gritar “bando de vagabundos”, “baderneiros” (sou de uma geração que sente arrepios ao ver gente de esquerda chamando manifestante de “baderneiro”; isso é vocabulário de milico reacionário), deveríamos prestar atenção a esse recado. No pós-ditadura, o sistema político foi capaz – sim – de incorporar novas forças que surgiram: trabalhadores organizados no campo e nas cidade encontraram caminhos (CUT, MST, sindicatos, partidos etc) para – dentro da ordem institucional democrática – construírem instrumentos de luta, reivindicação e poder.

Os “black blocks” – e essa é apenas uma hipótese – seriam o sintoma de que o sistema político chegou próximo da exaustão. Pior: perdidos, sem bandeiras a não ser a violência, os tais jovens de preto liberam energias regressivas da sociedade. E são claramente instrumentalizados pela extrema-direita, que gostaria de ver o “lulo-petismo” longe do poder.

Neste fim-de-semana,
um desses jovens de preto (aparentemente, ele carregava na mochila objetos que seriam usados em atos de violência) provou do veneno: foi surrado no centro de São Paulo por outros jovens da periferia que tinham ido à Praça da República para assistir a um show. O jovem “black block”, ironia das ironias, foi salvo do linchamento por outros homens de preto: os seguranças do show, representantes da “ordem”, impediram o linchamento.

O fusca queimado, a surra… Se o mal-estar não se transformar num programa, esse movimento corre o risco de se esgotar. Pior: terá apenas ajudado os setores da extrema-direita que pedem cada vez mais “borrachada” e “ordem” a qualquer custo. Nesse caso, os “black blocks” (que não são propriamente fascistas) teriam dado uma grande contribuição para a construção de uma agenda (aí sim) efetivamente fascista.

Nada está decidido. Quero crer que as forças da reforma vão ganhar essa disputa.
 

PSOL Cabo Frio: Reunião Aberta

 
Primeira reunião aberta de 2014!!!
Dia 7 de fevereiro, às 20h na Rua Independência!
Conheça o nosso partido, traga suas propostas para uma Cabo Frio melhor!

 PSOL Cabo Frio

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

MAINARDI – “A besta”


O PLAYBOY estava de ROLEX no pulso praticando vandalismo
Acontecia o movimento grevista dos bancários em setembro de 1979, considerado um dos marcos da categoria pela dimensão da mobilização. Eis que a mídia, obviamente a serviço dos banqueiros e da ditadura com a qual compactuava, para tentar desqualificar o movimento, chamou a greve de “fiasco” e os grevistas de “vândalos”.
 
Um dos “vândalos” era o playboy Diogo Mainardi, filho do publicitário Ênio Mainardi. De relógio Rolex em pulso, ninguém sabe ao certo o que ele foi fazer no meio dos manifestantes. Curiosamente, a cena saiu em destaque na revista Veja (edição nº 576 de 19 de set. de 1979), que chamou o movimento de “desastrado”.
 
Ao Jô Soares, Mainardi disse que ficara “insano” por conta de uma cacetada da polícia no braço e uma bomba de gás lacrimogênio (confira AQUI, aos 11:50). Não convenceu, claro. Mas dá para perceber que, independente das convicções do jovem Mainardi, ele ajudou a revista fascista a elaborar matéria que pintou os manifestantes como “vândalos”.

Anos depois, o “vândalo” da Veja viria a ganhar uma coluna na revista. Alguns críticos afirmam que Mainardi não era um colunista, mas apenas um “laranja” para os editores da revista poderem, sem “sujar as mãos”, assassinar reputações; extravasar, com linguagem débil, toda a torpeza que não convinha a uma revista “isenta”. Como se a revista Veja não fosse, por si só, abjeta.

Após vários processos na justiça (contra Mainardi e o Grupo Abril, que publica a Veja), acusações de servir a lobby e milhares de críticas contra a baixaria, a Veja resolveu extinguir a coluna de Diogo Mainardi.

 P10

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Palestina: Os meninos heróis de Ramallah

Brasileiro é preso acusado de atirar pedras em soldados israelenses

O adolescente Majd Hamad, de 15 anos, filho de uma brasileira e que vinha sendo procurando pelo Exército israelense sob acusação de jogar pedras contra as tropas, se entregou neste domingo em uma delegacia de polícia na Cisjordânia.

Acompanhado pela mãe, Najat Hamad, que nasceu em Goiás, e pelo ministro-conselheiro do escritório de Representação do Brasil em Ramallah, João Marcelo Soares, ele chegou pela manhã ao posto policial Binyamin, perto de Ramallah. Após cerca de uma hora de interrogatório, durante o qual as autoridades não permitiram a presença da mãe ou do diplomata, Majd ficou detido no local e, de lá, deverá ser transferido para a prisão de Ofer.

De acordo com a mãe, "quando saiu do interrogatório, estava muito nervoso e com olhos vermelhos, mas não me deixaram falar com ele". O adolescente é acusado de jogar pedras contra soldados israelenses durante uma manifestação no dia 11 de abril, nas proximidades do vilarejo de Silwad, onde mora. Najat Hamad, nascida na cidade de Anápolis, afirma que seu filho não participou da manifestação em questão.

"Naquele dia, eu e meu marido decidimos não deixar Majd sair de casa, pois a situação estava tensa em Silwad, depois que colonos de um assentamento próximo espancaram um agricultor palestino", disse a mãe à BBC Brasil.

Segundo o porta-voz do Exército israelense, capitão Barak Raz, "o Exército não prende ninguém à toa. Se foi preso, é sinal de que há provas contra ele", disse citando a possibilidade de haver vídeos, fotos ou depoimentos envolvendo o nome do adolescente.

Buscas
De acordo com o relato da mãe, soldados israelenses invadiram a casa da familia às 2 horas da manhã do sábado (13).

"A família inteira estava dormindo quando ouvimos batidas muito fortes na porta", disse a brasileira. "Minha filha de 13 anos foi abrir e se deparou com um grupo de soldados com fuzis apontados para a cabeça dela.""Eles entraram rapidamente e começaram a revistar a casa. Reuniram a nossa família na sala e começaram a procurar nos quartos", disse a mãe."Eu tinha certeza de que eles estavam procurando meu marido e fiquei muito surpresa quando um dos soldados me disse que vieram prender Majd.""Eu disse a ele que Majd tinha ido dormir na casa de parentes e que ele é muito pequeno, só tem 15 anos", afirmou.

Ao fim da operação de busca, a mãe prometeu aos militares que entregaria seu filho às autoridades israelenses neste domingo.

Fiança
O diplomata brasileiro João Marcelo Soares, que acompanhou a apresentação do adolescente à delegacia, disse à BBC Brasil que "as autoridades israelenses me informaram que os interrogatórios ainda estão em curso e, ao final, haverá uma decisão sobre o pedido de libertação sob fiança". "Caso o pedido seja negado, amanhã (segunda-feira), os menores serão levados a um tribunal militar, que deverá reconsiderar o pedido", acrescentou.

Majd Hamad foi preso juntamente com mais quatro colegas da mesma classe, todos de 15 ou 16 anos.Sua mãe, Najat Hamad, que mudou-se para a Cisjordânia há 17 anos, disse que "não esperava que aqui prendessem crianças desse jeito".

"O que são pedras diante das metralhadoras e dos veículos blindados do Exército israelense?", perguntou. O Exército israelense define o lançamento de pedras como "atentados terroristas que podem matar".

Unicef
Em março, o Fundo das Nações Unidas para Infância (Unicef) publicou um relatório acusando Israel de violar os direitos de crianças e adolescentes palestinos presos. O relatório afirma que "menores de idade palestinos detidos por militares israelenses são sujeitos a maus tratos que violam a lei internacional". De acordo com o Unicef, a cada ano cerca de 700 menores palestinos, entre 12 e 17 anos, são interrogados e detidos pelo Exército, pela polícia e por agentes de segurança de Israel.

Segundo o presidente da Associação dos Prisioneiros Palestinos, Kadura Farez, atualmente há cerca de 200 menores palestinos presos em cadeias israelenses. Farez disse à BBC Brasil que, nas cadeias israelenses, os menores "têm o mesmo tratamento que os adultos, não há prisões especiais para as crianças".

BBC

Campanha: Repasse o box, Vânia!

Acompanhem a discussão dessa situação na página do Luciano Regis via Facebook

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Itaocara sendo governada pelo povo e para o povo!

Solenidade de entrega do cartão alimentação para os Servidores Municipais
Prefeitura de Itaocara entrega cartão alimentação para os Servidores Municipais

Com o auditório lotado, a prefeitura de Itaocara entregou na última sexta, 24/01, o cartão alimentação aos servidores públicos municipais. Mais de 200 servidores compareceram à solenidade mostrando a expectativa de receberem mais essa conquista. 

Um governo dos trabalhadores 
Gelsimar em sua fala ressaltou que só foi possível conceder o cartão porque não existe corrupção na Prefeitura e por ser um governo dos trabalhadores: “Quem administra os recursos da prefeitura é o servidor. A maioria dos secretários são servidores públicos o que ajuda o nosso governo a valorizar os trabalhadores.”. 

Na oportunidade ele criticou a LRF que em sua opinião “só controla o salário dos pequenos”, anunciou que mudará de quinquênio para triênio o tempo para serem acrescidos percentuais no salário dos servidores e que começará a discutir com o sindicato uma proposta de reajuste salarial. Gelsimar finalizou afirmando que o seu governo não é de todos, mas sim da maioria, dos mais pobres e dos pequenos e que continuará priorizando esses segmentos. “Meu sonho era receber esse cartão” afirma servidora. 

Os dois servidores com mais tempo de serviço foram os primeiros a receber o cartão alimentação. A servidora Rosinéia Soares Ribeiro Almeida, da secretaria de educação, com 42 anos de prefeitura, emocionou a todos com a sua declaração: “Era o meu sonho receber esse cartão. Quero agradecer ao prefeito.” O segundo a receber foi o servidor da secretaria de obras - Ademir Fagundes do Amaral -, que também agradeceu pelo reconhecimento do seu trabalho. 

Como vai funcionar o cartão 
O servidor deverá retirar o seu cartão alimentação de segunda à sexta na Secretaria de Administração, no horário de 09h às 17h. Após o recebimento o servidor deverá entrar em contato com a empresa que administra o cartão para desbloqueá-lo. O servidor receberá todas as explicações necessárias no ato da entrega do cartão, e se mesmo assim sentir dificuldade será auxiliado para efetuar o desbloqueio. Após o desbloqueio o servidor já poderá verificar, na mesma ligação telefônica, o saldo disponível que será de R$107,00. Depois desse procedimento já poderão ser efetuadas compras nos estabelecimentos credenciados.
Prefeito Gelsimar Gonzaga (PSOL Itaocara)
Itaocara

domingo, 26 de janeiro de 2014

Eike Batista e o surto de ultra-violência no Brasil

“Como um sujeito que arrasta para a lama milhares de pequenos investidores brasileiros, que faz cair abaixo de zero a credibilidade do país no exterior, que pulveriza boa parte da riqueza nacional, simplesmente desaparece da cena pública?”

Enquanto o Dieese constata que o custo de vida vem crescendo ― a cesta básica subiu 10% em nove capitais em 2013 ―,  não custa nada observar que o  custo da morte mergulhou em queda livre. Seguiu a mesma curva mórbida das ações do Grupo X de Eike Batista. E isso não foi à-toa, como logo veremos. A morte nunca custou tão pouco e nem esteve ao alcance de tanta gente. Difícil não concluir, ao atentar para algumas manchetes dos últimos dias, que entramos em 2014 numa espiral descontrolada de ultra-violência. Para ilustrar o fato, cito alguns exemplos edificantes escolhidos aleatoriamente:


É verdade que os políticos não dizem nada sobre essa situação aterradora, sequer a percebem e tudo vai se passando como se nada estivesse acontecendo. Sobre a ministra dos Direitos Humanos não há o que dizer, já que no meio desse pandemônio ela não disse nada. Ou seja, a existência de um Ministério dos Direitos Humanos em janeiro de 2014 é um enigma. Já os políticos brasileiros, demonstram a maturidade de sempre, não enxergando um palmo diante do nariz. Eles só têm olhos para ver as lutas da UFC, a nova edição do Big Brother, as novelas, os desenhos animados americanos em 3D e outras idiotices do mesmo calibre. Sem esquecer, é claro, todo tipo de imbecilidade que podem acessar através de seus smartphones.

O ministro da Justiça tenta passar a imagem de gerenciador rápido e limpo de “crises”. Leia-se: de situações escabrosas. Lembra o personagem Winston Wolf, mais conhecido como The Wolf (o Lobo), em Pulp fiction. No filme, é ele que, depois do disparo acidental da arma que explode a cabeça do jovem negro, deixando o interior do carro coberto de miúdos de cérebro e sangue, é mobilizado pelo chefe, Marsellus Wallace, para administrar a situação. Pois bem. O Lobo conseguiu fazer desaparecer o corpo sem cabeça e o carro, manobrando com precisão cronométrica até que nada sobrasse do delito, a não ser uma sensação de alívio e uma atmosfera risível com o banho de mangueira e a nova indumentária da dupla de assassinos. O ministro da Justiça, ao contrário, correu para o Maranhão, montou um palco para a mídia e acreditou piamente que tinha “apagado um incêndio”. Outra prova da inocência oportuna dos nossos políticos de plantão. E de deboche com a opinião pública. A magnum opus que saiu do improviso ministerial foi uma gambiarra de quinta, que não pôde ser comemorada porque, como deve ter dito o mordomo do cerimonial, “infelizmente não foi possível disponibilizar a lagosta para o jantar”. Mas em terra de Lobão quem precisa de Lobo? O festival de vídeo amador do Presídio de Pedrinhas, ainda que tenha chocado o público mundial com a sua última edição, carece de algum amadurecimento para competir com o cinema de Tarantino.

Eis que tudo isso ilustra um divórcio completo, abismal, do qual se tira sempre mais um palmo de terra, entre o governo e seus aliados patológicos, de um lado, e a consciência política da massa da população, do outro. Por mais horrorosa e impactante que seja a conjuntura da violência nesse instante no país, nada se pode esperar da camarilha política. Assim como em todos os demais problemas urgentes, que vão da dengue hemorrágica à epidemia do crack, da situação pavorosa dos presídios ao descalabro da saúde pública.

O que pode explicar a febre atual de ultra-violência? Talvez exista uma mega causa, mas temos que começar pelo varejo. É evidente, por exemplo, que se generalizou a percepção de que vivemos numa época de “vale tudo”. As siglas UFC e MMA são signos abertos da degradação humana. Também o que se viu e se vê diariamente de permissividade em relação aos gastos, desmandos, bandalheiras, relativas às obras da Copa, são suficientes para disseminar a sensação de que qualquer linha divisória efetiva, qualquer interdição aceitável, qualquer verdadeira proibição, deixou de existir, e muita gente já não se contenta em permanecer aquém da linha da loucura. O desejo de matar, de fazer sofrer os adversários, é universal. Mas uma coisa é dizer “vou arrancar a cabeça dele”, outra coisa é passar ao ato e decapitar o adversário. E mais ainda: filmar esse e outros atos horripilantes. Essa travessia ao cúmulo do sadismo criminal é uma ruptura completa dos laços sociais.

Mas que laços sociais resguardam indivíduos que estão sob a guarda de um estado que permite que centenas de presidiários sejam brutalmente assassinados? O laço social que cumpre ao estado, nas penitenciárias, é justamente esse: resguardar a integridade dos presos que estão sob sua tutela. Mas esses presos vivem num mundo em que as regras sociais, por subtração do Estado, foram inteiramente destroçadas. Os resultados não tardam a aparecer. A multiplicação dos casos de mutilação, de vingança selvagem, de paroxismo da maldade, mostra claros sinais de loucura coletiva. De uma parte substancial da coletividade. Inclusive daquela que se vinga dos seus presos deixando-os chegaram a tal grau de degradação em masmorras repugnantes. Aqui estamos no Auschwitz brasileiro, reeditando a história do livro da jornalista Daniela Arbex, O holocausto brasileiro, que mostra o vínculo de loucura e assassinato em massa no maior hospício brasileiro. Mas o Brasil inteiro agora vai ganhando a feição de hospício. É a insânia ao quadrado dentro de uma casa de loucos.

Ou será que as apostas aventureiras e absurdas feitas por Eike Batista com o dinheiro público não foram uma forma clara de permissividade delirante? E seria menos aloprada a facilidade com que os cofres públicos se abriram para ele? E os 55 anúncios de descobertas de petróleo com que a OGX hipnotizou os acionistas durantes dois anos e meio? E o silêncio ensurdecedor que paira em toda parte, mas, sobretudo, nos meios políticos e na imprensa, a respeito do caso Eike Batista, não são todos sintomas de psicose social? Eike Batista, de repente, deixou de existir. Foi decretado o toque de recolher em relação ao seu nome e a sua existência. O que interessa a ele mas, também, aos que apostaram muitos bilhões do dinheiro público nele. Quem?

Note-se que PT e PSDB são solidários no silêncio. Difícil encontrar oposição mais cúmplice. Até isso está valendo. Por falar em “vale tudo”, devemos lembrar que o templo mais alto da luta perversa e sem regras, a UFC, teve seus direitos aqui comprados por Eike Batista. Sim. Não foi pequeno o seu papel como mega investidor da violência no Brasil. Não devemos esquecer também, quando se trata da quebra de todas as regras, que apesar da morte de um ciclista, do atropelamento de outro, bastante idoso, das inúmeras multas, o filho de Eike manteve a habilitação e segue livre como um passarinho para os seus rolés. Quem está em vias de ir para a cadeia é a turma inocente do rolezinho, que anda de busão e tem sempre uma viatura por perto oferecendo carona.
É interessante conferir o que uma matéria publicada em O Globo, que não é exatamente um órgão da imprensa radical, vazou sobre o esfriamento das relações de Eike Batista com o governo federal na esteira da crise do grupo X:

Com trânsito livre no Palácio do Planalto até o início deste ano, Eike Batista hoje é um nome proibido no círculo central do governo federal, que assiste à derrocada das empresas do grupo com desânimo. Enquanto contava com o estímulo do governo – Dilma Rousseff chegou a declarar que o Brasil precisava de mais empresários como Eike, elogiando diretamente seu “espírito empreendedor” -, ele usufruiu de uma série de benesses, de estímulos financeiros à aceitação sem contestação de suas agora questionadas previsões.

Pois é essa estratégia primária, de encobrir pelo esquecimento e o silêncio, que na verdade engrossa o pirão do caldo da loucura. Ainda mais quando o governo federal, tendo se comprometido tanto com Eike Batista, teve que, mesmo fazendo o país amargar prejuízos e humilhações, correr em seu socorro, para evitar prejuízos ainda maiores.  Ora, porque será que a bolsa de São Paulo teve, entre 80 outras do mundo, o segundo pior rendimento no ano de 2013 ou, dito de forma positiva, a segunda maior queda? Vejam o que diz a matéria linkada:

As maiores quedas do Ibovespa, índice que reúne as ações mais negociadas do país, foram da OGX (-95%), que já não faz parte mais do indicador, e da MMX (-84%), duas empresas fundadas por Eike Batista. A primeira, de petróleo, entrou em recuperação judicial e já não pertence mais ao empresário.

Como um sujeito que arrasta para a lama milhares de pequenos investidores brasileiros, que faz cair abaixo de zero a credibilidade do país no exterior, que pulveriza boa parte da riqueza nacional, simplesmente desaparece da cena pública, por uma passe de mágica, como se não existisse Ministério Público Federal? Será que o fato de a Petrobras ter perdido R$ 40 bilhões em 2013, sendo a empresa de maior queda absoluta no mundo em 2013, nada tem a ver com Eike Batista e o fato da sua petroleira, a OGX, ter perdido 95% do seu valor? A crise de confiança desencadeada por Eike Batista em nada afetou a imagem da Petrobras para o investidor no exterior?

Hoje, de cima abaixo, sente-se no Brasil que a cara feia de Dilma, a simulação de rigidez e rigor, era conversa para boi dormir. A trajetória crescente do descaso com as regras sociais pode ser medida por vários indícios. O crime e a violência são indicadores fortes. Mas existem muitos outros que funcionam como um termômetro seguro do grau de ebulição da demência generalizada. A farsa ou o descaso econômico é um deles.  Compare-se, por exemplo, o enorme crescimento do recall no país que cresceu 62%  ― percentual absurdamente alto ― de 2012 para 2013. Na lista estão os seguintes itens:

Automóveis: 58
Caminhões: 3
Bebidas: 4
Brinquedos: 4
Umidificadores de ar: 1
Lavadoras: 1
Peças e componentes elétricos: 2
Motocicletas: 9
Bicicletas: 6
Cadeiras plásticas: 6
Peças e componentes mecânicos: 4
Cadeiras infantis: 4
Cosméticos: 1
Medicamentos: 3
Produtos e equipamentos para saúde: 3
Total: 109

O que algumas das matérias que citamos ao início desse artigo mostram é que saímos do caso a caso, do varejo da violência, para acontecimentos de tipo serial. É óbvio que assassinatos, chacinas, perseguições etc., não são novidades. Mas uma dúzia de chacinados, várias dezenas de presos assassinados, homossexuais sendo barbaramente executados, grupos de trabalhadores sendo objeto de discriminação racial, uma maioria de jovens das periferias sendo ameaçados e perseguidos, isso parece novidade. Mas principalmente a conjunção de tantos acontecimentos macabros ao mesmo tempo mostra que a caixa de Pandora foi aberta de vez. Esperemos que a revolta generalizada despertada com a morte de Amarildo, e agora com o barbarismo covarde contra o adolescente Kaique Augusto Batista dos Santos, abra uma época igualmente marcada, como a temporada de 2013, por protestos em série. Esse é o único antídoto contra o Mal.

E não alimentemos ilusões: como argumentamos em um artigo de 2013 publicado no Congresso em Foco, com base em dados estatísticos relativos aos riscos para jornalistas pelo mundo, o Brasil é o país mais perigoso para quem se atreve a flertar com a verdade. Em 2012 tivemos o maior número de jornalistas assassinatos em um país de “normalidade democrática”. Assim como matam no trânsito impunemente, como matam nas UPPs (um projeto de Eike Batista para promover a sensação de segurança, útil aos seus negócios na cidade do Rio de Janeiro), como matam em massa vítimas anônimas com o desvio de bilhões em verbas que poderiam ir para a saúde, matam também por ódio a quem diz a verdade. Como eu já disse, foi decretado o toque de recolher em relação ao nome de Eike Batista.

Congresso em Foco

Vai estudar: "Eu tô pagaaaaando!"

Estados financiam poupança para manter alunos na escola
Prêmios para incentivar alunos a permanecerem na escola ajuda mas não resolve evasão

Brasília vai resgatar um projeto que teve vida curta na década de 1990 para tentar diminuir um dos maiores problemas do ensino médio: a evasão escolar. A rede de ensino do Distrito Federal vai abrir poupanças em nome dos estudantes como forma de estimular a permanência deles na última etapa da educação básica. Modelo semelhante é utilizado por diferentes estados, como Minas Gerais, Rio de Janeiro, Goiás e Piauí, para manter os jovens estudando.

No caso do Distrito Federal, o desejo do secretário de Educação é depositar a cada mês, pelo menos, R$ 300 para cada aluno. Só quem não reprovar nenhuma série e concluir o ensino médio receberá o acumulado ao longo dos três anos. O projeto não é novo na capital. Foi criado por Cristovam Buarque à época em que foi governador, entre 1995 e 1998. A Poupança-Escola acabou por uma decisão política do governador eleito na sequência, Joaquim Roriz.

Segundo o secretário de Educação atual, Marcelo Aguiar, o programa foi um sucesso à época. As taxas de repetência caíram de 29% em 1994 para 16% em 1997. “O dinheiro pode ser usado como impulso para a vida profissional ou universitária. É um incentivo que cria condições para minimizar os grandes índices de evasão do ensino médio, que é nosso calcanhar de Aquiles”, afirma. Em Brasília, a evasão (quantidade de estudantes que abandona a escola e não volta mais) atingiu 6,2% em 2012.

Os valores, métodos de saque e tolerância com o desempenho do estudante variam em cada estado. Em Minas Gerais, onde o projeto se tornou estratégia permanente, a cada ano são depositados R$ 1 mil na conta do aluno. Para isso, ele precisa se inscrever no sistema, ser aprovado e participar de atividades de formação complementar (escolar, cultural, cidadã ou profissional). A cada participação em uma delas, o jovem acumula pontos, que precisam chegar a 70 no fim do ano. O dinheiro só pode ser sacado após a conclusão do ensino médio.

Segundo José Celso, gerente do Poupança Jovem em Minas Gerais, todo o processo é acompanhado por um orientador local. O programa começou em 2007 na cidade de Ribeirão das Neves. Hoje, já faz parte da realidade das escolas estaduais de Ibirité, Esmeraldas, Governador Valadares, Juiz de Fora, Sabará, Teófilo Otoni, Montes Claros e Pouso Alegre. Ao todo, já foram investidos R$ 400 milhões no programa e cerca de 110 mil alunos, beneficiados.

“Temos uma demanda enorme, mas não podemos atender por conta de recursos mesmo. E os resultados são excelentes. Apenas 5% dos participantes foram excluídos do programa ao longo desses anos”, conta Celso. A exclusão ocorre caso o estudante tenha mais de duas reprovações ou abandone a escola. Quem passa sem recuperação pode sacar R$ 100 a cada ano.

No Rio de Janeiro, o Renda Melhor Jovem começou em 2011, beneficiando 4 mil alunos de três municípios de famílias que já faziam parte de programa de transferência de renda estadual. A poupança varia de acordo com a série do estudante (de R$ 700 a R$ R$ 1,2 mil por ano) e o aluno pode sacar 30% do valor a cada ano, desde que não seja reprovado.

No Piauí, há 10 mil beneficiados pelo Programa de Incentivo Educacional - Mais Viver. O projeto, ainda em fase piloto, vai atender estudantes de 44 municípios que possuem o maior índice de pobreza. Os depósitos anuais variam de R$ 400 a R$ 600 e serão excluídos do programa caso sejam reprovados ou abandonem os estudos. Em Goiás, a poupança também beneficia os anos finais do ensino fundamental, mas apenas os alunos que conquistaram as melhores notas na Prova Goiás, avaliação estadual.

Só dinheiro não basta
Pesquisadores da área reconhecem a necessidade de incentivar o jovem a permanecer na escola. Mas temem que esse tipo de iniciativa não promova mudanças significativas no ambiente escolar. “Não sei se isso motivará os alunos a melhorarem. Certamente para os que já iam passar de ano e aprendem é positivo. Mas quem tem dificuldade não sabe por onde começar. O problema é a qualidade da escola. A única coisa aceitável na educação é que o aluno passe de ano aprendendo”, opina Ruben Klein, diretor da Associação Brasileira de Avaliação Educacional (Abave) e consultor da Cesgranrio.

Maria de Salete Silva, coordenadora do programa de educação do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), diz que os gestores precisam olhar para a situação de todos os adolescentes e não só os do ensino médio. Isso porque grande parte dos jovens de 15 a 17 anos, que deveria estar concluindo a educação básica, ainda está no ensino fundamental. “Precisamos de propostas para quem ainda está no fundamental também”, afirma.

Dados do Censo Escolar 2012 mostram que a distorção idade-série (quantos alunos estão atrasados em dois anos ou mais em relação ao ideal) chega a 31,1% no ensino médio. A aprovação dos estudantes nesta etapa não superou 79%. “As estratégias dos gestores têm de contemplar acesso, permanência, aprendizagem e conclusão”, pondera Salete. “A aprovação não atesta necessariamente a aprendizagem”, comenta a coordenadora do Unicef.

O secretário de Educação do DF concorda que a escola precisa se repensar. As escolas da capital passarão a se organizar por semestres, por exemplo. Os estudantes cursarão parte das matérias em um período e o restante no outro. Ele acredita que os professores estarão mais próximos dos alunos e poderão contribuir mais para o aprendizado de cada um. Os currículos também ganharão nova orientação.

“Estamos adotando diversas ações para o ensino médio. A poupança é um estímulo para que ele não troque a escola pelo mercado de trabalho”, diz Aguiar. A rede do DF possui 88 mil alunos este ano. O orçamento para o projeto precisa de aprovação, o que o secretário acredita que acontecerá ainda neste semestre. A experiência de Minas Gerais, segundo José Celso, mostra que o dinheiro se torna apenas o primeiro estímulo. “Eles percebem a importância da escola para o futuro depois”, garante o gerente.

Outros prêmios
Em outros estados, como Mato Grosso do Sul, Ceará e Pernambuco, a distribuição de prêmios (bolsas de estudo, tablets, notebooks) também é utilizada para incentivar a permanência e o bom desempenho do aluno na escola. Maria do pilar Lacerda, diretora da Fundação SM e ex-secretária de Educação Básica do Ministério da Educação, acredita que os gestores não devem ter “medo de inovar, em nenhum sentido, quando pensamos no ensino médio”.

“Uma bolsa sozinha não resolve o problema, mas é um estímulo. Continuo acreditando que a essência do programa Ensino Médio Inovador é um belo começo, pois flexibiliza o currículo e de alguma maneira cria um protagonismo juvenil. O aluno começa a pensar em seus sonhos, projetos e ter uma pequena reserva financeira para estimular uma vida universitária ou algum empreendimento é importante”, diz.

O temor dos especialistas é as bolsas se tornem “soluções únicas” para os problemas do ensino médio. Daniel Cara, coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, ressalta que a escola precisa fazer sentido. “Parece que agora a solução para todos os problemas é dar bolsa. O que precisamos é de uma educação de qualidade, que gere interesse no aluno e dê condições de ele ingressar na vida produtiva, aproximando o jovem com cultura, esporte. Não existe solução fácil”, analisa.

iG