Manifestantes portugueses exigem demissão do governo e mudança da política econômica de "arrocho". |
O secretário geral da CGTP frisou que o objetivo desta manifestação é exigir a “demissão do governo e da política de direita” e protestar contra “uma política que inferniza a vida dos portugueses e hipoteca o seu futuro”.
Arménio Carlos apelou à mobilização nas acções de luta já agendadas, entre as quais a manifestação internacional de 1 de junho. O coordenador do Bloco acusou Cavaco Silva de ser “o único a sustentar este governo”.
Durante a sua intervenção, Arménio Carlos frisou que, durante estes dois últimos anos, foi seguida uma política de “desbaste do tecido social” e de destruição da economia.
“É hora de fazer um acerto de contas entre o que os governantes disseram e o que fizeram”, avançou o dirigente sindical, sublinhando que as “promessas em período de eleições deram lugar a políticas de austeridade em catadupa”. “Prometeram crescimento e condenaram Portugal a uma recessão sem fim à vista”, adiantou o líder da CGTP, referindo-se ainda às promessas de promoção do emprego, que contrastam com o crescimento dramático da taxa de desemprego.
“Estamos perante um roubo descarado”, salientou Arménio Carlos, alertando para o facto de o governo seguir uma estratégia de “dividir para reinar”, arranjando bodes expiatórios que serão as “vítimas de amanhã”.
“Uma ofensiva contra os trabalhadores da Função Pública traduz-se não só no aumento do desemprego como também na deterioração dos serviços públicos”, afirmou o dirigente da intersindical, sublinhando o efeito no conjunto da população das políticas de austeridade que o governo pretende implementar.
Para Arménio Carlos, é necessário pôr um fim a esta “política de terra queimada” que visa destruir as conquistas de Abril, e pela qual é responsável tanto Pedro Passos Coelho como Paulo Portas, ainda que este último faça todo o tipo de “piruetas” para convencer os trabalhadores do contrário.
O secretário geral da CGTP pediu “unidade de acção” de todos os trabalhadores independentemente das suas opções sindicais ou partidárias, e apelou à mobilização no próximo dia 30 de maio, durante o qual será promovida uma “jornada de luta em todas as empresas e locais de trabalho, sejam da função pública ou do setor privado”.
“Estamos disponíveis para coincidir e convergir na unidade na ação com todas as organizações sindicais, sejam da UGT ou sindicatos independentes. Tudo o que pudermos fazer neste momento para afastar diferenças e construir uma posição de convergência a partir de conteúdos e objetivos concretos, tudo faremos para que isso aconteça”, frisou.
Arménio Carlos saudou igualmente as iniciativas de luta já agendadas, manifestando a sua solidariedade e apoio, designadamente no que respeita à manifestação internacional agendada para o próximo sábado, dia 1 de junho.
Durante a iniciativa, ouviram-se inúmeras palavras de ordem como “palhaço”, “gatunos” e “demissão já”. Nos cartazes, ostentavam-se frases como “Palhaço Cavaco”, “Cavaco! O teu Governo já não representa a maioria que o elegeu - Eleições já”, “Cavaco para a rua” e “Governo rua”.
Nova onda de austeridade vai ter uma “repercussão geral sobre toda a economia do país”
O coordenador nacional do Bloco de Esquerda, que participou este sábado na acção de luta convocada pela CGTP, lembrou que o governo está a preparar uma nova vaga de austeridade que, ainda que eleja os funcionários como principal alvo, vai ter uma “repercussão geral sobre toda a economia do país”.
“É preciso parar esta política. Não podemos continuar neste caminho”, frisou João Semedo, acusando Cavaco Silva de ser “o único a sustentar este governo”.
“O presidente da República devia olhar pelos interesses dos portugueses”, contudo, “não é isso que tem orientado as decisões de Cavaco Silva”, sublinhou o dirigente bloquista, acusando o chefe de Estado de defender apenas os interesses do PSD e CDS-PP.
Reagindo ao anúncio de que o governo se prepara para pedir à Troika mais uma revisão do défice para 2014, no sentido do aumento da meta de 4% para 4,5%, João Semedo afirmou que esta é prova que a austeridade não reduz o défice e que “quando é para defender o interesse da coligação o governo consegue negociar”.
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