Ditador tem certas prioridades. Por exemplo, o norte-coreano Kim Jong-il, que era chamado de líder, morreu no sábado, mas o fato foi mantido em segredo até a segunda-feira. Certamente o objetivo foi evitar que a população aproveitasse o fim de semana para comemorar, digo, para chorar (lágrimas de crocodilo), pois todo mundo sabe como o velho Jong-il era amado.
Tão amado que está sendo substituído pelo filho Kim Jong-um, que já ganhou apoio da China, os Estados Unidos podem reclamar a vontade, mas estamos conversados. O presidente dos EUA, Barack Obama, ressaltou na segunda-feira seu compromisso com a defesa de seus aliados mais próximos, como o Japão, em tal momento de incertezas. A posição de Obama foi transmitida ao premiê japonês Yoshihiko Noda, em uma conversa por telefone, segundo a Casa Branca.
A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, expressou preocupação com o futuro da Coreia do Norte. “Estamos extremamente preocupados com o bem-estar do povo norte-coreano”, disse Hillary em um comunicado oficial, acrescentando que os Estados Unidos estão dispostos a ajudar na segurança local.
A chefe da diplomacia americana já havia destacado que desejava melhorar as relações com o povo norte-coreano após a morte do ditador. “Temos um interesse comum em uma transição estável e pacífica na Coreia do Norte, assim como na paz e na estabilidade regional”, afirmou após encontro com o ministro japonês Koichiro Gemba.
Os americanos podem se preocupar à vontade, fazer jogo de cena e tudo o mais. Os Estados Unidos alardeiam que a morte do ditador-líder ocorreu em um momento-chave no qual Washington e Pyongyang negociavam a provisão de ajuda humanitária ao regime comunista e tentavam retomar as conversas de seis lados sobre o programa nuclear norte-coreano.
Kim Jong-Il morreu, o país iniciou um período de luto até o dia 28, quando acontecerá o funeral, e só está faltando alguém ter a idéia macabra de mumificá-lo tipo Lenin, para ser eternamente reverenciado. O filho balofo, que é uma espécie de Baby Doc oriental, vai sucedê-lo, sob os auspícios de Beijing. Quem manda na Coreia do Norte é a China. O resto é paisagem, como dizia Erico Veríssimo.
Carlos Newton Tribuna
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