No início de 2011 o novo secretário de educação do Estado do Rio de Janeiro, Wilson Risolia - economista de formação, com atuação no mercado imobiliário - tomou posse e trouxe como plano de ação um novo(velho) modelo de gestão escolar baseado no cumprimento de metas.
O secretário em nenhum momento procurou o sindicato - SEPE - ou a base da categoria (professores, diretores, funcionários, alunos) para saber quais eram as necessidades, os anseios, as carências e as deficiências da educação estadual. Como todo bom economista, Risolia, se ateve a estudar números, estatísticas e relatórios financeiros, tratando a educação como uma planilha de custo/benefício. O aluno como um cliente, o conhecimento como mercadoria e o professor como operário de linha de produção em massa.
Entre as "metas" estabelecidas pelo novo secretário estaria tirar a educação do estado do penúltimo lugar em educação (ganha apenas do Piauí, estado mais pobre do Brasil) e colocá-lo entre os 5 primeiros até 2014 - ano em que ocorre a Copa do Mundo, mas também em que se encerra o mandato do governador Sérgio Cabral.
Pois bem, o pensamento do secretário foi o de implementar na educação, um método de otimização industrial baseado num modelo japonês obsoleto, onde os funcionários que cumprissem todos os pontos do "plano de metas" receberiam um abono, um Bônus de produtividade. Promessa feita para o mês de Abril de 2012, ou seja, agora!!!
Segundo o secretário, seu plano é ótimo!
Segundo o secretário, o estado do Rio investiu muito dinheiro nesse plano!
Segundo o secretário, quase todos os problemas da educação estão resolvidos!
Segundo o secretário, as notas nas avaliações externas (Saerj, Saerjinho, Prova Brasil(?)) melhoram muito de 2010 para 2011!
Segundo o secretário, a dívida histórica do estado com a educação está sendo sanada!
As perguntas inquietantes que ficam pairando no ar são as seguintes:
1º) Qual foi o resultado das escolas em 2011?
2º) Quanto será o valor do bônus pago aso professores e funcionários?
3º) Quando será pago o bônus? - Promessa é dívida, secretário!
4º) Se a educação está melhorando tanto como diz o secretário, porque o número de pedidos de exoneração e mesmo de abandono de matrícula por parte dos professores da rede? Ao ponto de o estado ter feito concurso para mais de 3000 vagas, fechou 48 escolas e ainda existe carência de professores!
5º) Das mais de 3000 vagas abertas, pouco mais da metade foi preenchida e o número de professores que deixaram a rede foi de mais de 3800 só em 2011, fora o acúmulo de anos anteriores. Será que os professores estão abandonado a rede estadual de educação por estarem satisfeitos com os salários e condições de trabalho?
Esses são apenas alguns questionamentos. Se formos aprofundar realmente as inúmeras discussões, veremos que nunca existiu e ainda não existe uma política pública séria de educação. Entra governo, sai governo, velhos planos mirabolantes são abandonados e novos planos de metas são criados, mas o objetivo é sempre de curto prazo e somente para o governador não ficar com o "filme queimado"!
Afinal, como justificar que o estado do Rio merece continuar recebendo tanto dinheiro dos Royalties do petróleo se esse dinheiro não é investido em educação, saúde, saneamento, habitação e segurança? Setores em que o estado atua pouco e mal, onde o Rio de Janeiro tem os piores "números".
Doc Costa
Nenhum comentário:
Postar um comentário