Estudantes de escolas estaduais do Rio querem mais limites, cobrança e disciplina dentro e fora das salas de aula.
Ao contrário do que possa parecer, a nova geração rejeita o excesso de liberdade. Para alunos da rede, a escola deveria controlar a frequência, fiscalizar a entrada de estranhos, exigir uniforme, proibir celular na aula e até restringir namoro lá dentro. Eles também defendem maior rigor na punição de condutas inadequadas de colegas em sala e a adoção de medidas para evitar a venda e o consumo de drogas no interior e no entorno das unidades.
As revelações constam em uma pesquisa encomendada pela Secretaria Estadual de Educação ao Instituto Mapear em dezembro do ano passado. O estudo sobre ‘Percepções e Expectativas’ ouviu 4 mil estudantes e 1.200 pais e responsáveis. Para a estudante Isabelly de Araújo Lima, 15 anos, do Colégio Estadual Pedro Álvares Cabral, em Copacabana, o respeito deve ser recíproco entre alunos e professores. “ Tem que saber separar o ambiente escolar da vida pessoal. Escola é para estudar”, diz ela, que também aprova o uso do uniforme, mas gostaria de poder usar bermuda no verão.
“A escola é o começo da preparação da vida profissional do aluno. As grandes empresas vão exigir disciplina, horários e regras de convivência”, diz Eliane Meneguite, coordenadora pedagógica do C.E.David Capistrano, em Niterói, onde estuda Matheus Camelo Araújo, 16 anos, aluno do 2º ano. Como ele, 66% dos estudantes pretendem fazer faculdade. “Vou prestar Vestibular para cursos na área de Matemática, como Engenharia”, planeja. Outros 55% querem, após o Ensino Médio, trabalhar, e 46% farão cursos profissionalizantes.
Jovens mais conectados
Jovens estão cada vez mais conectados ao universo digital. A pesquisa revelou que praticamente todos os estudantes do Ensino Médio (93%) têm telefone celular e (92%) acesso à Internet, assim como Anderson Bezerra da Silva, e Patrick Alves, ambos com 18 anos e alunos do 3º ano do Colégio Estadual André Maurois, no Leblon.
Os dois usam a Internet para fazer pesquisas escolares e conversar com os amigos. Anderson concorda que o celular fique desligado durante a aula, como defendem 82% dos pais. “A escola proíbe o uso. Acho certo. Se tocar no meio da aula e alguém atender, tira a atenção do professor que terá que explicar novamente”, diz. Embora a Secretaria Estadual de Educação disponibilize o boletim escolar na Internet, apenas 30% dos pais acompanham as notas online. Outros 41% não navegam na Internet.
O Dia
Um comentário:
A pesquisa mostrada no artigo acima me parece bastante válida, no sentido de que externa opiniões dos próprios alunos, além das de profissionais responsáveis, sobre a necessidade de regras discutidas e aprovadas de convivência social nas escolas. Pois, se houver liberdade ilimitada nas atitudes e hábitos nas escolas, como se educará alguém? A falta de limites nos vários setores da sociedade brasileira já mostra claramente para onde iremos todos. Deixaremos que isso se geste na escola?
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