TRANSMISSÃO DOS DESFILES DAS ESCOLAS DE SAMBA NA SAPUCAÍ PERDEU ATÉ DO DOMINGO ESPETACULAR, DA RECORD; AUDIÊNCIA NESTE ANO FOI 20% INFERIOR À DE 2011; APESAR DISSO, A INVASÃO DO ZIRIGUIDUM NA TELINHA CONTINUA TORTURANTE
Os dados do Ibope, sobre a audiência na televisão brasileira, deveriam servir de parâmetro para orientar a grade de programação das principais emissoras. É assim que funciona, por exemplo, com os telejornais, novelas e programas de entretenimento. Mas, no Carnaval, essa regra é colocada de lado. Os desfiles da Marquês de Sapucaí invadem a telinha não apenas no momento em que acontecem, mas também em todos os telejornais, que são antecipados para que a grade se ajuste ao horário do ziriguidum. Bom, imagina-se então que isso ocorra em função da expressiva audiência dos desfiles. Nada disso. Neste ano, o Ibope da Globo na primeira noite da Sapucaí foi de apenas 8,3 pontos na Grande São Paulo, o que é quase nada para uma emissora acostumada a registrar 40 pontos com suas novelas. E o mais sintomático é que a audiência recuou 20% em relação a 2011, quando já havia sido de apenas 10,4 pontos.
Neste ano, a Globo conseguiu perder até para dois programas da Record, transmitidos no mesmo horário dos desfiles: o Domingo Espetacular e o Repórter Record. O que não acontece em fins de semana e dias normais. Ou seja, o Ibope traduz uma realidade óbvia e cristalina: brasileiros, em sua grande maioria, não gostam dos desfiles de Carnaval. Ou, pelo menos, os que gostam assistem ao vivo, e não pela televisão.
Essa realidade, portanto, deveria orientar não só a programação das televisões, como também a edição de outras plataformas jornalísticas. Um caso interessante é o do excelente portal de notícias G1, que também pertence às Organizações Globo. De cima abaixo, sua página principal é tomada por notícias de Carnaval. Mas será que o público gosta? As cinco notícias mais lidas, também destacadas na home, não têm qualquer relação com a Sapucaí. São elas: (1) incêndio em Honduras, (2) censuras no Facebook, (3) assassinato em Passo Fundo, (4) filha de Whitney Houston usa drogas e (5) menino de cinco anos vive como menina e tem transtorno de gênero.
Será que em 2013 vai ser diferente?
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