terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Balões causam polêmica no primeiro dia de aulas na rede estadual

Seeduc diz que iniciativa foi forma de dar  boas-vindas, mas Sepe fala em gasto desnecessário e propaganda do governo
Uma polêmica ganhou literalmente os ares das escolas estaduais nesta segunda-feira, primeiro dia do ano letivo de 2013. As direções das unidades foram orientadas por suas coordenadorias regionais a soltarem balões das cores azul e branca para comemorar a volta às aulas. Segundo a Secretaria de Educação, foi “uma forma de comemorar o retorno; dar boas-vindas aos alunos, professores e equipe escolar, e integrar os servidores dos colégios no ato”. 

Mas o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe) não viu com bons olhos a iniciativa.


— É um absurdo não só pelo próprio gasto desnecessário, como também pelo fato de serem balões azuis e brancos, o que acaba caracterizando uma propaganda do governo do estado, que usa essas cores em suas ações de divulgação — reclamou a coordenadora do Sepe Ivanete Conceição da Silva.

A Secretaria de Educação informou que as cores azul e branca foram escolhidas por representarem a paz e o próprio Estado do Rio. O custo dos balões, segundo o órgão, foi bancado pelas coordenadorias regionais.  A sugestão dada, ainda de acordo com a secretaria, era de que cada escola lançasse entre cem e 200 balões.

Docentes do Colégio Estadual Marcílio Dias, em Belford Roxo, chegaram a divulgar durante a semana passada em redes sociais um protesto contra a iniciativa da Secretaria de Educação. “Nossa unidade, assim como diversas outras, apresenta inúmeros problemas neste início de ano letivo. O quadro de funcionários terceirizados foi totalmente reduzido no fim de 2012, o que gerou transtornos em janeiro. Os poucos funcionários de apoio estatutários ainda sofrem com a ameaça de remoção compulsória da unidade, fato que assolou diversas escolas da rede neste início de 2013. 

Nossa biblioteca sofreu com infiltrações durante o mês de janeiro, nossa quadra esportiva ainda aguarda a intervenção da Emop (Empresa de Obras Públicas) para obras de reforma, pendentes desde o ano passado, além de necessárias pinturas na fachada e intervenções nos vestiários dos alunos. Ou seja, já há demandas urgentes o suficiente para nos preocuparmos, não sendo razoável que a escola se ocupe de uma atividade que camufla a real situação aos olhos de nossos alunos, não contribuindo para com a educação cidadã e crítica mencionada acima”, afirmou o manifesto.

De acordo com a Secretaria de Educação, “muitos avanços foram obtidos na rede, como a implementação de um currículo mínimo na rede; 532 escolas que assaram por algum tipo de obra; e seis novas unidades que serão inauguradas”. A iniciativa de soltar os balões foi, segundo o órgão, “uma ação singela, simpática e sem obrigação de se fazer”.

O Globo

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