O AMS(Espectrômetro Alfa Magnético) na Estação Espacial:: em busca de antimatéria e matéria escura |
Um detector de raios cósmicos de US$ 2 bilhões a bordo da Estação Espacial Internacional (na sigla em inglês, ISS) encontrou vestígios de um fenômeno que pode ser matéria escura, a substância misteriosa que acredita-se manter o cosmos coeso mas nunca foi observada diretamente.
Mas os primeiros resultados do Espectrômetro Alfa Magnético, conhecido pela sigla em inglês AMS-02, são quase tão enigmáticos quanto a própria matéria escura. Eles demonstram novos fenômenos físicos que podem tanto ser a matéria escura quanto energia produzida por pulsares, dizem os cientistas do Cern (Centro Europeu de Pesquisa Nunclear), que fica perto de Genebra, na Suíça.
Os resultados do detector são significativos, porque cientistas acreditam que a matéria escura compõe um quarto de toda a matéria no Universo. Entender como ela funciona pode ajudar os físicos a compreender melhor a composição do espaço e, mais especificamente, o que mantém as galáxias coesas.
O físico ganhador do Nobel Samuel Ting, que lidera a equipe responsável pelo experimento no Cern, que ele aguarda respostas mais conclusivas sobre o fenômeno observado no AMS-02 nos próximos meses.
O detector de sete toneladas, que foi enviado à ISS há dois anos , está transmitindo suas informações do espaço para o Cern, procurando por antimatéria e matéria escura até o fim de sua vida útil na estação -- pelo menos 2020. Seus dados são analisados por uma equipe de 600 cientistas em Genebra liderados por Ting.
A descoberta desta quarta-feira (3) foi baseada na observação de um excesso de pósitrons -- partículas subatômicas de carga positiva.
Desde o começo de sua análise de partículas cósmicas, o AMS-02 encontrou cerca de 400 mil pósitrons, cujas cargas indicam que eles podem ter sido criados quando partículas de matéria escura colidiram entre si e foram destruídas.
"É por causa deste tipo de precisão que conseguiremos saber a origem destes posítrons," disse Ting, que é associado ao Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).
Outros cientistas festejaram o resultado e dizem aguardar mais resultados em breve.
"É uma história de detetiva de 80 anos, e estamos chegando perto de seu fim," afirmou o físico da Universidade de Chicago Michael Turner, um dos maiores especialistas em matéria escura do mundo. "É uma pista importante e mais resultados do AMS podem terminar de escrever esta história".
iG
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