quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Coletivo Vamos à Luta: Manifesto ao Encontro Nacional de Grêmio da UBES

Manifesto do Coletivo Vamos à Luta ao 2ª Encontro Nacional de Grêmio da UBES

Quem somos?
Nós somos os secundaristas do Coletivo Vamos à Luta e da Juventude do PSOL. Somos uma juventude revolucionária que atua nos grêmios, greves, passeatas, ocupações, nas ruas e redes sociais. 

Inspiramos-nos na juventude secundarista chilena que nos últimos anos saiu a lutar em defesa de uma educação pública. Somos indignad@s, como a juventude européia, com a falta de futuro imposta pelo mercado e pelo sistema para nossa geração, que acredita na necessidade de construir uma democracia real. 

Ao contrário da majoritária da UBES (UJS-PCdoB), combatemos o governo Dilma que tem sucateado a educação pública e faz do país um verdadeiro balcão de negócios. Nacionalmente, construímos o Coletivo Vamos à Luta - Oposição de Esquerda na UBES, porque os governistas não nos representam!

No Rio de Janeiro, fizemos parte da juventude que construiu a Primavera Carioca, ao lado de Marcelo Freixo, contra o PMDB do Eduardo Paes que quer privatizar o Maracanã e beneficia as empresas de ônibus. Somos a juventude que protagonizou as lutas contra o aumento da passagem de ônibus em Belém e que barrou a proposta do PSDB no Pará de extinção do Convênio/vestibular na rede estadual de ensino. Estivemos na luta com os estudantes de Uberlândia contra o fim do PAAES. Seguimos na luta, pois não confiamos nesses governos que atacam os estudantes!

Convidamos você a construir conosco essa luta! Vem pra juventude que não é capacho dos governos do mensalão e das empresas de ônibus! A juventude dos indignad@s, do socialismo e da liberdade! E ai, Vamos à luta?


Que País é esse?
A posse de José Genoino (PT) como deputado federal, mesmo após ter sido condenado pelo STF no julgamento do mensalão, mostra o descaso e a cara de pau do PT e de seu governo com a juventude e os trabalhadores. 
Defendem a qualquer custo seus mensaleiros, os corruptos que desviaram verba pública para garantir que a Reforma da Previdência de Lula passasse no Congresso. Marcos Valério, condenado pelo Supremo Tribunal Federal a mais de 40 anos de prisão como operador do mensalão, disse que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu o "ok" para os empréstimos dos bancos Rural e BMG para o PT com a finalidade de viabilizar o esquema do mensalão. Depois das últimas declarações de Valério, fica cada vez mais difícil para Lula continuar afirmando que "não sabia de nada". É necessário que o ex-presidente seja investigado para que se apure seu real envolvimento no escândalo.

Para garantir as verbas para corrupção e para os grandes empresários e banqueiros, o governo Dilma (PT/PMDB/PCdoB), realizou os maiores cortes de orçamento, cortando verbas das áreas sociais que atingem a juventude e a classe trabalhadora! 

Nos governos Lula/Dilma aprofundou-se a crise social, as desigualdades e o sucateamento dos serviços públicos. Só nos últimos 2 anos Dilma já cortou mais de 5 Bilhões de reais da educação, enquanto isso 47% do PIB do Brasil é destinado aos banqueiros! Além disso, segue aplicando a política de privatização do governo FHC, com os leilões do petróleo, a privatização dos aeroportos e o "kit da felicidade" do Eike Batista com a privatização das estradas. Tudo isso prova que o governo PT/PMDB/PCdoB está ao lado dos grandes empresários e não dos trabalhadores. Não obstante a toda essa situação, os anos de 2011 e 2012 foram marcados por greves e paralisações que denunciavam o descaso de Dilma e a jogatina de interesses deste governo. Greves que Dilma encarou com corte de ponto e repressão, ao mesmo tempo em que defendia os dirigentes do PT condenados por corrupção no julgamento do mensalão.


A educação de mal a pior e a UBES na contra-mão dos estudantes

A educação é uma das áreas que mais tem sofrido ataques. Atrelado às atitudes do governo federal, a política dos governos Estaduais e Municipais, tem gerado um profundo sucateamento das Escolas de Ensino Fundamental e Médio. A realidade da maioria das escolas no Brasil é de extrema precarização, com infra-estrutura decadente, falta de professores, laboratórios, livros na biblioteca e merenda de qualidade. Nas Escolas de Aplicação das Universidades a realidade não é muito diferente. Nos últimos anos, reflexo direto do corte de verba do governo Dilma, as EA’s tem sofrido um processo de precarização do ensino e da estrutura física. As instituições de Ensino Fundamental e Médio Particulares seguem crescendo no país sem a devida fiscalização, onde os estudantes são submetidos a mensalidades caríssimas e de qualidade duvidosa.
Além disso, os estudantes se deparam com as dificuldades de seguir estudando diante do aprofundamento da crise social, aumento da passagem de ônibus, necessidade de trabalhar, a falta de perspectivas e a dificuldade de entrar em uma universidade pública.

A UBES (UJS/PCdoB) não tem cumprido o papel de representar os estudantes e prefere fechar os olhos para os problemas e continuar atrelada ao Governo Dilma (PT).
Diante desta realidade devemos unificar os estudantes secundaristas em torno de suas pautas. Seguir o exemplo dos estudantes do Pará que foram às ruas no final do ano passado e pararam a capital contra a extinção do Convênio/Vestibular nas Escolas Estaduais; dos secundaristas de Uberlândia que lutaram contra o fim do PAAES; e dos secundaristas do Colégio Pedro II no Rio de Janeiro que estiveram na linha de frente da greve nacional dos institutos federais em 2012. 

É preciso fortalecer a luta pela reforma nas escolas, por mais verbas para a educação e a batalha contra o aumento da passagem de ônibus, bem como, pelo passe-livre irrestrito! Nós, do Coletivo Vamos à Luta acreditamos que o Encontro de Grêmios da UBES tem que servir para mobilizar os estudantes, tirando uma jornada de lutas nacional que denuncie o Governo Dilma e os Governos Estaduais pelo aprofundamento da crise educacional!

E o mundo lá fora?
A juventude do mundo luta!
A juventude do mundo nos mostra nas ruas qual é o caminho que devemos seguir. É só olharmos para os indignad@s na Europa, que junto com os trabalhadores enfrentam os governos que aplicam os ajustes e tentam passar, para o povo, a conta da crise econômica. Ou então para o Mundo Árabe, onde foram derrubadas ditaduras de décadas mostrando que nada é impossível de mudar. Também vale lembrar que na Síria, por exemplo, ninguém imaginaria que 15 secundaristas ao serem presos e torturados, pichando seu colégio com frases em solidariedade a revolução egípcia e tunisiana, despertariam uma revolução que enfrenta sem medo, com armas nas mãos, uma ditadura sanguinária que mesmo massacrando o povo com bombas não impede o ímpeto revolucionário da juventude e dos trabalhadores sírios. 

Na América Latina não é diferente. No Chile os secundaristas realizaram gigantescas mobilizações, ocuparam os seus colégios e enfrentaram sem medo a dura repressão, para lutar por uma educação pública e gratuita, já que persiste no país um modelo educacional da ditadura de Pinochet, onde quase toda a educação é privatizada. Na Argentina os secundários também saíram às ruas e ocuparam mais de 60 colégios para enfrentar as reformas curriculares da Lei Nacional de Educação e a crise das escolas estatais que se acelera com os cortes de verbas para o setor que aplica o governo Kirchner.

Existe uma nova situação mundial permeada de lutas e resistências. E nós do coletivo Vamos à Luta e da juventude da CST-PSOL somos ser parte dela. Somos os jovens chilenos, argentinos, espanhóis, sírios não confiamos nestes governos e apostamos na nossa mobilização para conquistar mudanças. Essa é a juventude indignada. 


Pronatec: Mão de obra barata e transferência de verbas públicas para a iniciativa privada
A movimentação do governo Dilma, é parte de um plano maior com o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico (PRONATEC). Elaborado pelo governo federal, junto com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), este programa, além de dialogar com o que existe de mais reacionário na sociedade, tem um claro objetivo de oferecer mão de obra barata para a grande indústria e transferir verbas públicas para a iniciativa privada.

É preciso uma mão de obra técnica para projetos como as obras do PAC, da Copa, Olimpíadas e as instalações de multinacionais. Por isso a tendência é de um "boom" sobre o ensino técnico, a partir dos projetos em curso com o PRONATEC, com cursos rápidos e que dêem a impressão na população de que o governo está investindo em educação. Nada mais falso. A intenção do governo passa longe de garantir que a juventude tenha oportunidade de bons empregos com cursos profissionalizantes. O governo financia o Sistema S (Senac, Sesc, Senai, Sesi), por meio do BNDES ao invés de fortalecer os Institutos federais e não tem um tratamento diferenciado com os mesmos por pertencerem a iniciativa privada. Serão investidos até 2014 aproximadamente R$ 24 bilhões. Dinheiro que poderia ir para os IFET’so para criar novas vagas nas universidades públicas vão alimentar o setor privado.  

Nós do Coletivo Vamos à Luta defendemos ensino técnico público e de qualidade, para a juventude ter uma fonte de renda imediata. É preciso que se amplie o número de Institutos Federais de ensino técnico e um maior investimento nos mesmos. Defendemos também a garantia do acesso ao ensino superior como prioridade para a juventude. 


Enem e acesso a universidade
Pela universalização do acesso à universidade pública
Desde sempre o movimento estudantil luta pela democratização do acesso a universidade, embora tenham sido criadas novas vagas e diferentes processos seletivos, como os processos seriados e o ENEM, o ensino superior ainda é privilégio de 19% da juventude brasileira e só 3% dela tem acesso a educação pública.

Definitivamente o ENEM não resolveu o problema do acesso a universidade pública, é o vestibular de cara nova, ainda representa o funil social da segregação que se apega ao discurso da meritocracia, esquecendo que a mesma tem como principio a igualdade de condições, inexistente entre os 3 milhões de concorrentes.

Defendemos o acesso universal a educação superior, que todos possam entrar na universidade e que tenham educação pública, gratuita de qualidade. Pra que isso aconteça é preciso dar um giro de 360° na prioridade de investimentos do governo Dilma (PT) que aplica apenas aproximadamente 5,7% do PIB em educação pública.

Esse ano as universidades começam a aplicar a nova lei de cotas que prevê a reserva de 50%, podendo chegar a 80%, das vagas da universidade federal- imediatamente ou ao longo de 4 anos- a estudantes de escola publica, de baixa renda e ao PPI (preto, pardo e indígena). Acreditamos que a universidade precisa avançar cada vez mais no que diz respeito a democratização e popularização da mesma. Por isso, defendemos as cotas sociais e étnico-raciais. 

Contudo acreditamos que esse deva ser um ano repleto de lutas em busca de mais verbas para assistência estudantil. O estudante cotista não deve servir apenas de dados para o governo propagandear, é preciso garantir a permanência destes estudantes aumentados às verbas do PNAES. É necessário que todos os estudantes além de entrarem na universidade, também consigam permanecer na universidade, por isso assistência estudantil é uma necessidade e um direito!

Vamos a Luta por um acesso verdadeiramente democrático a universidade e por assistência estudantil!


Eu quero falar, eu quero votar!!!
Os estudantes precisam ter a sua voz assegurada dentro das escolas. Para isso é importante que se implemente uma campanha de fundação de grêmios e por gestão democráticas nas instituições de ensino. Queremos  eleição direta para diretor e funcionamento democrático do conselho escolar com composição paritária. 
Não podemos aceitar que os diretores sejam indicados pelo governo sem a consulta dos alunos ou da comunidade escolar como um todo! Chega de diretores que dirigem os colégios de forma ditatorial querendo fazer o que bem entendem sem consultar ninguém. 

Chega de professores que agem de forma autoritária dentro das salas de aulas! Os estudantes têm o direito de decidir sobre os rumos da educação que lhes é oferecida e devem ser respeitados!  A indicação pelo governo só serve para assegurar a implementação da política do mesmo dentro da escola e frear a organização estudantil e a luta por melhorias.


Passe - Livre
O passe-livre é uma necessidade e um direito. Todos os jovens deveriam ter passe-livre gratuito e irrestrito todos os dias da semana para  poder freqüentar a escola e espaços de lazer. Porém, a realidade dos jovens no Brasil está longe de ser esta. A grande maioria dos estudantes não tem passe-livre e os poucos que conseguiram, com muita luta este, direito o vêem sendo cada vez mais restringido com os limites nas passagens. 

Sem este direito os estudantes são obrigados, por muitas vezes, a largar os estudos, além de serem impedidos de freqüentar espaços que extrapolem as escolas e que contribuem para seu desenvolvimento. Não bastando isto, as tarifas de ônibus, metrô, trem e etc, estão cada vez mais caras e o serviço no transporte cada vez pior! 

As empresas que hoje comandam o transporte público no Brasil são as mesmas que financiam as campanhas eleitorais de governantes, que as beneficiam privatizando o transporte público e liberando o aumento das passagens sem precisarem dar qualquer tipo de esclarecimento e sem consultar a população. 

Governantes e empresários vivem uma eterna troca de favores, o lucro de um é o lucro do outro, e em prol deste lucro, aumentam as tarifas, não dão passe-livre, submetem a população à condições extremamente precárias e inseguras, além de fazer o motorista exercer a dupla-função!  

Devemos nos organizar e ir às ruas contra o aumento das passagens e pelo passe-livre irrestrito! Infelizmente, não podemos confiar na majoritária da UBES ( PCdoB) para organizar e mobilizar os estudantes para esta luta, pois esta direção está comprometida com os mesmos governos que arrancam os nossos direitos e reprimem nossas manifestações, a exemplo do que fizeram em Teresina, onde pactuaram com a prefeitura!

Nós defendemos que todos os jovens tenham direito ao passe-livre irrestrito! Defendemos que o passe-livre seja pago pelas próprias empresas de ônibus. Deve ser pago pelo lucro dos empresários!  

Somos contra o aumento da passagem e contra a dupla-função! As manifestações contra o aumento das passagens já começaram! Nós, secundaristas, precisamos nos organizar em cada cidade e estado e devemos estar a frente desta importantíssima luta! Chega de governantes e empresários lucrando às nossas custas!


Por uma direção indignada e de luta na UBES!
No ano passado comemoramos 20 anos do Fora Collor, quando a juventude tomou as ruas contra o governo e a corrupção. De lá pra cá a direção da UBES deixou de mobilizar os estudantes. Hoje são governistas e tem rabo preso em esquemas corruptos.

O exemplo disso é o ex-ministro dos esportes, Orlando Silva (ex-presidente da UNE e ministro pelo PCdoB) foi afastado por isso. Outro dirigente do PCdoB, Aldo Rebelo, foi o relator das mudanças no código florestal para beneficiar o agronegócio, que financia sua campanha. 

O PCdoB ocupará a vice-prefeitura de Haddad em São Paulo, governando junto com Maluf, um bandido procurado pela Interpol. Em troca de milhões de reais e de cargos, a direção da UBES se tornou o braço direito do governo no movimento estudantil. 

Para isso passam por cima do interesse dos estudantes. Para que a UBES volte a ser uma entidade combativa e que represente os estudantes é preciso derrotar essa atual direção pelega. Nesse caminho vamos construir uma nova direção democrática e de lutas. 

A direção da UBES deve ser composta pelos estudantes secundaristas que lutam e não pelos aliados dos governos que nos tiram direitos! Temos que construir essa direção não a partir da fundação de novas entidades secundaristas municipais, estaduais ou nacionais, mas sim na luta cotidiana das escolas, no fortalecimento dos grêmios que organizem as lutas dentro das escolas e unifiquem as pautas estudantis pela base, através de fóruns e encontros de grêmios que construam uma jornada unificada de lutas!

Coletivo Vamos à Luta - www.facebook.com/VamosaLutaSecundarista

Vamos à Luta

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