No dia em que os professores da rede estadual do Rio de Janeiro voltam às salas de aula, após 65 dias greve, o subsecretário de gestão de pessoas do estado, Luís Carlos Becker, afirmou que as escolas terão que se adequar para repor as aulas perdidas, mas que não será necessário esticar o ano letivo até janeiro. De acordo com Becker, é possível que os alunos tenham aulas de reforço à tarde, mas a reposição deve acontecer principalmente aos sábados.
- A escola, junto com o diretor regional e professores, precisa fazer as adequações necessárias, até porque não foi uma paralisação linear. Nesse primeiro momento não será necessário entrar janeiro adentro, porque dentro do calendário que nós construímos e já divulgamos temos uma programação intensa para os meses de agosto e setembro. Tendo necessidade ou não, a gente usaria o mês de outubro também - disse o subsecretário em entrevista ao Bom Dia Rio, da TV Globo.
O Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro (Sepe) informou que a categoria vai continuar mobilizada para acompanhar o cumprimento do decreto que concedeu 5% de reajuste, descongelou o plano de carreira dos funcionários administrativos e incorporou a parcela de 2012 do programa Nova Escola em julho deste ano, aprovado na última quinta-feira (11) pela Assembleia Legislativa (Alerj). O governador terá 15 dias para sancionar o projeto.
Os 65 dias de paralisação foram tensos. Os docentes chegaram a ficar acampados em frente ao prédio da Secretaria estadual de Educação e houve até uma invasão ao prédio. Os professores reivindicavam um aumento de 26%, referente às perdas salariais ocorridas entre 2007 e 2011.
Segundo cálculos do gabinete do deputado estadual Comte Bittencourt, entre 1999 e 2011, a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) ficou em 133%. No mesmo período, os salários dos docentes aumentaram 60%, ou seja, uma defasagem de 73%. Já a arrecadação do governo estadual cresceu 308%, descontados os ganhos com os royalties do petróleo.
A proposta inicial de aumento oferecida pelo secretário estadual de Educação, Wilson Risolia, era de 3,5%. O valor foi considerado inaceitável pelo sindicato por não cobrir as perdas com a inflação no último ano.
O projeto que concedeu os 5% de reajuste também prevê a criação da carga horário de 30 horas. Contudo, sua tramitação está paralisada, pois foi apresentado um destaque da Comissão de Educação da Alerj contra a extinção dos cargos de supervisor e orientador educacional, que ainda será debatido.
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