segunda-feira, 15 de agosto de 2011

É preciso valorizar os professores

Carlos Lessa, ex-Reitor da UFRJ
   As três mil vagas para professores na Secretaria Estadual de Educação e a sucessão de greves reforçam que o magistério deixou de ser atraente. Para o economista Carlos Lessa, ex-presidente do BNDES e ex-reitor da UFRJ, a baixa remuneração e a desvalorização do magistério são as causas da evasão.

— O que causa a falta desses profissionais?


— A carreira do magistério não tem atrativos, nem pela remuneração, nem pelo prestígio. Hoje, é muito difundida a ideia de que quem sabe, faz; quem não sabe, ensina.


— Há problemas de qualificação?


— Este é um problema sério. Hoje, há redução dos currículos e é cada vez menor o que se transmite para o graduando. Quando eu fui reitor da UFRJ, a carreira da Engenharia era a que apresentava a maior evasão. A causa era o índice de reprovação em cálculo. No meu tempo, fui apresentado ao cálculo no Científico (atual Ensino Médio).


— O que fazer para diminuir o problema?


— A educação a distância para alunos do Ensino Médio pode ajudar a superar a falta de professores. Se você utiliza a informática, atrai a juventude, desperta os alunos..


— Como motivar os professores?

— O que a sociedade precisa é do professor feliz com sua atividade e de alunos felizes com seu professor. O mestre não pode ser obrigado a dar sete, oito aulas por dia para sobreviver. Ele precisa ser bem pago. É preciso também que os governos tratem os professores com mais carinho.
O Dia 

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