Está em curso já há bastante tempo dentro do ambiente político, patrocinado pelos partidos e políticos conservadores, com apoio da grande mídia, um processo de despolitização e desideologização das discussões políticas.
O objetivo é muito claro. É formar convencimento que política é assim mesmo, só pode atuar colocando “a mão na merda” e que a questão ética precisa ser flexibilizada para que as coisas possam acontecer. Que políticos são todos iguais e que partidos políticos representam a mesma coisa. Que acabou esta história de direita e esquerda, e quem atua politicamente com ideologia e causa é lunático, utópico e atrasado.
Querem enfiar por osmose em nossas mentes que o capitalismo triunfou, que a “onda boa” agora é ser neoliberal e competitivo ao extremo, senão não tem lugar no mundo de hoje. Que não existe outro modelo de sociedade a ser pensado. Só falta ressuscitar o Fukuyama e decretar novamente o “ Fim da História”.
Se tudo isso está certo e os nossos governantes atuais absorveram tão bem estas teses, pergunto: Por que temos uma educação de péssima qualidade? Por que as pessoas estão morrendo nas filas da saúde pública? Por que o salário pago ao trabalhador continua sendo insuficiente para uma vida digna? Por que o desemprego segue assustando as famílias brasileiras? Por que os índices de criminalidade são cada vez maiores? Por que a cada ano aumenta a desigualdade social em nosso país? Por que pagamos cada vez mais impostos sem retorno na forma de políticas públicas? Por que apenas 5 mil famílias brasileiras detêm 45% da riqueza nacional? Por que 47% do orçamento do país têm que ser direcionado para pagar juros desta imoral dívida pública? Por que o meio ambiente anda tão degradado?
Poderia aqui fazer laudas de perguntas como estas, já que enfrentamos no nosso cotidiano problemas diversos, entretanto, qualquer resposta que for dada não pode ter em seu bojo o sentido de que, infelizmente, é assim mesmo.
Esta conformidade nos faz gado ou ovelha. É preciso discutir com mais profundidade todas estas mazelas que nos impõem as classes dirigentes. Ninguém pode se omitir.
Todos em qualquer grau são impactados por decisões políticas. É evidente que os setores mais populares e mais pobres são muito mais dependentes de políticas públicas para melhorar sua qualidade de vida.
Aqueles segmentos mais esclarecidos, que tiveram a oportunidade de estudar e construir uma formação cidadã tem uma responsabilidade maior na tarefa de não permitir que tudo isso nos seja empurrado goela abaixo.
Ao se iniciar o processo de discussão que também passa pela questão eleitoral constataremos que politização e ideologia terão espaço neste debate. Outro modelo de sociedade precisa ser pensado. Outra forma de gerir os recursos públicos precisa ser implementada. Precisamos reimplantar a questão ética e da transparência dentro do ambiente político. Isso só se faz com mudanças de comportamento, e as vezes, precisa ser feito de forma radical. Quero fazer parte das fileiras daqueles que querem lutar pelas mudanças necessárias. E você, quer entrar nesta batalha ou vai se entregar ao conformismo? Repetindo Gramsci, “ Pessimismo da razão, mas com prática da vontade”.
“ As pessoas tem medo das mudanças. Eu tenho medo que as coisas nunca mudem.”
Chico Buarque de Holanda
Claudio Leitão é economista e membro da executiva do PSOL Cabo Frio. |
2 comentários:
ladrão de coluna
Chicão vc é um fanfarrão rsrsrs
A Coluna é do Claudio Leitão! E ele enviou, por email, pra mim e pra você, ao mesmo tempo! Para de chororô e publica logo a coluna no seu blog.
Valeu, camarada!
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