sexta-feira, 24 de maio de 2013

A rebelde líbia que fugiu da revolução que ajudou a fazer

Magdulien Abaida lutava pelos direitos das mulheres de seu país. Foi presa e depois espancada
Magdulien Abaida é uma moça bonita de 25 anos, com uma história como ativista das forças rebeldes que derrubaram o ditador da Líbia Muamar Gadafi. Deveria estar, neste momento, desfrutando da glória de ter ajudado a revolução em seu país e batalhando para reconstruí-lo. Mas não é isso o que acontece. Magdulien fugiu e acabou de ter seu pedido de asilo acatado no Reino Unido.

Filha de um advogado, ela cresceu em Trípoli, a capital. Durante os protestos, foi ao Cairo e a Paris para organizar o envio de medicamentos e alimentos para os rebeldes. Quando Gadafi caiu, mudou-se de volta a Trípoli para lutar pelos direitos das mulheres na nova constituição, que estava sendo escrita. Magdulien estava preocupada com os fundamentalistas islâmicos. Em outubro do ano passado, Mustafa Abdul Jalil, a face mais conhecida entre os revoltosos, falou, em seu primeiro discurso, sobre sua proposta de facilitar aos homens que tivessem mais de uma mulher.

No meio do ano, numa visita à segunda maior cidade do país, Benghazi, onde participava de uma conferência, Magdulien foi presa por membros de uma das milícias que se espalharam pela Líbia. Eles a capturaram em seu quarto de hotel. Foi detida, libertada, e no dia seguinte presa novamente na base da milícia.
“Nós queríamos mais direitos, não a destruição dos direitos de metade da sociedade”, disse para a BBC. “Alguém entrou na minha cela e começou a me chutar. Me bateu com sua arma, dizendo: ‘Vou matar você e te enterrar num lugar que ninguém vai saber qual é’. Me chamou de espiã de Israel, puta e vagabunda’”.

Com marcas de espancamento e temendo ser assassinada, Magdulien voou para a Inglaterra em setembro.

Seu caso está longe de ser isolado. Segundo a Anistia Internacional, as milícias armadas estão descontroladas, prendendo e torturando quem eles querem. O novo ministro da Justiça, Salah Marghani, ex-advogado especializado em direitos humanos, declarou que a Líbia precisa por um fim nos abusos, particularmente em prisões e centros de detenção.

“É muito triste se colocar em risco pela revolução e, no final, você ter de ir embora porque seu país não é mais seguro”, afirma Magdulien, que continuará sua campanha — mas a partir da cidadezinha de Sunderland. “Todos estávamos unidos, trabalhando juntos, mas agora ficou difícil. Se eles me pegarem outra vez, tenho certeza de que não serei solta nunca mais”.

DCM

Um comentário:

Anônimo disse...

parte do mundo e até alguns pseudo politizados, d erefenderam o fim do governo de kadaffi. só que estes ignorantes da historia da humanidade não conheciam a realidade do estado da líbia, estado este destruido, A LIBIA possui uma sociedade diferente dos demais estados estados, divididas em tribos com suas crenças e historias milenares, no governo dede kadaffi eram respeitadas
milenares, cada um com sua religiosidade, historia e crenças, e que na forma de governo de kadaffi eram respeitadas e paricipavam ativamente. agora a bagunça está instalada, PARABENS A AQUELES QUE TORCERAM AO FIM DO GOVERNO DA LIBIA