BDS, sigla formada pelas iniciais das palavras Boicote, Desinvestimento e Sanções [a Israel], é um movimento iniciado na Palestina em 2005 (http://www.bdsmovement.net/).
Baseados no que ocorreu com a África do Sul na época do apartheid – em que o boicote econômico internacional foi decisivo para derrubar o governo colonial e racista –, os palestinos fizeram um chamado à população mundial para que boicotasse produtos de Israel, evitasse investir no país ou retirasse seus investimentos de lá e pressionasse governos e órgãos internacionais a impor sanções ao país sionista pelos crimes cometidos contra a população nativa.
Em seus oito anos de duração, a campanha já se espalhou pelo mundo, levando universidades, colégios, Igrejas, governos, supermercados, indústrias e centrais sindicais a votar a favor do BDS e a deixar de comprar produtos israelenses, sobretudo os que vêm das colônias ilegais construídas na Palestina. O crescimento do apoio à campanha tem acarretado prejuízos sérios à economia do país sionista, a ponto de em 2011 o Parlamento aprovar uma lei criminalizando quem quer que apoie o BDS dentro de Israel. Os sionistas também tentaram impor sanções ao movimento na França, sem sucesso.
Em 2013 prepara-se uma nova ofensiva contra o BDS e contra o crescimento do apoio internacional à Palestina. No Fórum Global de Combate ao Antissemitismo (Jerusalém, 28 a 30 de maio), três grupos de trabalho terão como foco estratégias para “construir uma imagem mais positiva de Israel”.
Não se espere, porém, que isso signifique o fim da ocupação da Palestina e o reconhecimento dos direitos da população nativa. Os grupos estão propondo levar aos tribunais os ativistas solidários aos palestinos, sob a acusação de antissemitismo. Não se sabe como os sionistas conseguirão essa proeza, uma vez que os palestinos são os verdadeiros semitas da história. A maioria dos israelenses, vinda do Leste Europeu, tem origem cazar, asquenázi, não semita. Nesse caso, antissemitismo seria apoiar o sionismo, e não o contrário.
Outro objetivo do encontro é mudar as leis, de Israel e de países onde o BDS e o apoio à Palestina aumentam. Um dos alvos são os movimentos nos campus estadunidenses, onde o sionismo vem perdendo terreno de maneira acelerada. É importante lembrar que outras tentativas nesse sentido deram em nada. Como escreveu o comentarista político Stephen Landmann em análise recente, “Israel já perdeu toda a credibilidade”.
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