E A HISTÓRIA SE REPETE NOVAMENTE...
Nas eleições municipais de 2008, durante os debates e programas eleitorais com a minha participação e de Marcos Mendes, Alair Correa, Jânio Mendes e Paulo César, já alertávamos sobre a semelhança de projeto de governo destes quatro postulantes, todos com cargos públicos e que de uma forma ou de outra já tinham sido “governo” nesta cidade. Já naquela época repetiam velhas promessas não cumpridas em campanhas passadas.
Apresentamos um programa de governo baseado em três eixos fundamentais: Transparência total das contas públicas, Geração de emprego e renda e Prioridade absoluta em cinco áreas de políticas públicas: Educação, Saúde, Habitação, Saneamento e Meio-ambiente. Áreas que até hoje não mereceram investimento e gestão adequadas.
Enfrentamos o duro embate eleitoral com independência e coragem de ações e proposições, sem recursos, contra a conjuntura eleitoral desfavorável e o desconhecimento por parte da população do PSOL como partido político. Tenho certeza de que muitos que hoje nos fazem críticas levianas e caluniosas não teriam coragem de buscar este enfrentamento aberto.
O povo reelegeu Marcos Mendes, que após 4 anos de mandato só fez aprofundar os problemas que nos deparamos hoje.
O cardápio eleitoral que marcou a sua vitória foi o de sempre. Uso escancarado e ilegal da máquina pública, fisiologismo, assistencialismo barato, compra de votos, doações ilegais não divulgadas, etc, marcando a supremacia do poder econômico sobre idéias e alternativas de mudança.
Em 2012, o quadro se revela muito parecido, apenas com a diferença de que Marcos Mendes e Jânio Mendes estavam juntos de um lado e Alair Correa e Paulo César do outro. Adversários de ocasião em 2008, aliados do oportunismo em 2012. As críticas e as acusações de corrupção que “eles” se faziam mutuamente desapareceram como mágica numa união “em benefício de Cabo Frio”.
Quem estava lá enfrentando estes esquemões?
O PSOL através da minha candidatura, e que segundo alguns “críticos de poltronas” de hoje, somos covardes e estamos calados.
Estávamos lá novamente, e agora de forma mais clara ainda, apontando a falta de coerência destes. Denunciando também a falta de transparência com as contas públicas, as promessas novamente não cumpridas, as práticas ilegais na campanha, as negociações obscuras que motivaram estas alianças, o enriquecimento ilícito de alguns, a falta de políticas públicas, a desigualdade social em nossa cidade, além de outras questões. Estávamos nas ruas, discutindo com a população a realidade passada, a presente e projetando a realidade futura.
Está tudo gravado pelos debates, entrevistas e programa eleitoral. Só não enxerga quem não quer ou tem interesse político em não reconhecer.
Mostramos o atraso e a mesmice política em que a cidade está mergulhada há vinte anos e que atualmente vem mostrando sua face mais cruel com o aumento da violência urbana, o desemprego e a pobreza de nossa periferia.
O povo elegeu Alair Correa, prefeito por 3 vezes e um dos responsáveis por este quadro caótico em nossa cidade. O engraçado de tudo isso é que “ele” ainda reclama de uma suposta “herança maldita” do governo anterior, do seu “pupilo”, como se nunca tivesse governado a cidade e todo o “mal” foi praticado pelo antecessor. Não sei se é para rir ou para chorar.
O governo começa e vêm as medidas iniciais. Nada mais antigo em termos de gestão pública. Novamente, total falta de transparência das contas públicas (o portal da transparência fora do ar até hoje), nepotismo, fisiologismo, nomeações políticas, inchaço da máquina no “andar de cima”, confusão administrativa, falta de prioridade na execução das políticas públicas essenciais como saúde, educação, habitação e saneamento, preferência por obras faraônicas, além de outras que estou “sem saco” de escrever.
Volto a repetir. Está lá gravado para quem quiser ver e ouvir. Avisamos que tudo isso iria acontecer com a vitória destes “grupos políticos”, como eles gostam de se auto-denominar.
Os “críticos de poltrona” que nunca tiveram coragem de enfrentar de frente a questão política e eleitoral como fizemos, querem cobrar de nós do PSOL neste momento, críticas diárias ao novo governo. Não criticam o governo anterior e nem este nefasto governo estadual. Querem nos medir com a régua que medem as quadrilhas políticas em que votam e apoiam.
Aceitamos as críticas, muitas são políticas e pertinentes, refletem nossa falta de estrutura partidária neste momento. Não temos nenhum mandato na cidade, o grupo ainda é reduzido e composto por gente que trabalha e não pode se dedicar inteiramente ao campo político, estamos sem advogado e contador. Algumas são de ordem pessoal e caluniosas, fazem parte da baixa política. Se o adversário não está envolvido em nenhuma maracutaia, vamos inventar para nivelar todo mundo por baixo. Essa é a lógica destas críticas.
A nossa posição foi e é muito clara. Marcos Mendes, Alair Correa, Jânio Mendes, Paulo César e demais, são todos “farinha do mesmo saco político”. A nossa crítica não vai ser individual, e sim no todo. Ela pode ocorrer pontualmente, como sempre ocorreu ao longo do tempo, quando os fatos extrapolarem o bom senso político.
Embora com raros espaços na mídia convencional, vamos usar a rede social e os blogs alternativos. Não podemos nos ater apenas a questão municipal. É preciso também promover debates nos planos estadual e federal, daí a presença de análises mais gerais.
Avisamos, lutamos para não acontecer, mas a história se repetiu. A primeira vez como tragédia e a segunda como farsa. Lamento informar a alguns que continuaremos na luta!!!
“A diferença entre Cabo Frio e a República Tcheca é que o governo deles fica em Praga e a gente tem esta praga de governo.”
Parodiado de um grande escritor brasileiro.
Claudio Leitão é economista e membro da executiva do PSOL Cabo Frio. |
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