Valéria e Janete fazem todo mundo rir, mas a melhor piada de sábado, veio do Jornal Nacional |
O jornalismo global, segundo o documento, será pautado por três pilares: isenção, correção e agilidade. E o mais interessante: será dado espaço ao contraditório, sempre será ouvida a outra opinião. Não é maravilhoso? Parece até o Código de Conduta de Cabral. Os dois foram feitos para não serem cumpridos. Aliás, Cabral e a Globo têm mesmo tudo a ver. Cabral lançou o seu código e no mesmo dia estava hospedado num apartamento de luxo que um amigo banqueiro, irmão de Eduardo Paes, que generosamente lhe foi emprestado.
E os Princípios Editoriais das Organizações Globo? Já estrearam sendo desrespeitados no primeiro dia, no Jornal Nacional, que esqueceu “os três pilares da sabedoria do jornalismo global”: isenção, correção e agilidade. Deveriam ter noticiado a confusão que Cabral arrumou, ontem mesmo, em Nilópolis, na inauguração de uma UPA. Revoltado com uma manifestação dos professores em greve chamou-os no microfone de “bando de vagabundos”. Acabou levando uma tremenda vaia, mas não foi só dos professores. Os populares presentes revoltados com a agressão também sopraram um sonoro “Úúúú!!!!”. A vaia vale também para o documento global, que foi a piada de sábado. Mais engraçado que aquela dupla que está fazendo o maior sucesso no Metrô do Zorra Total, Valéria e Janete. Aliás, o bordão da Janete vale para os “princípios editoriais” da Globo: “Nada a ver o que tu falou! Você é uma brincalhooona!”.
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Para começar o domingo com uma risada
“Pratica jornalismo todo veículo cujo propósito central seja conhecer, produzir conhecimento, informar. O veículo cujo objetivo central seja convencer, atrair adeptos, defender uma causa, faz propaganda. Um está na órbita do conhecimento; o outro, da luta político-ideológica”
” (um jornal de informação) noticia os fatos, analisa-os, opina, mas com a intenção consciente de não ter um viés, de tentar traduzir a realidade, no limite das possibilidades, livre de prismas.”“Isenção é a palavra-chave em jornalismo. E tão problemática quanto “verdade”. Sem isenção, a informação fica enviesada, viciada, perde qualidade.”
Não se precipite…Os trechos acima não são de um trabalho de crítica ao comportamento de nossa grande imprensa. São, ironicamente, trechos de um texto onde, hoje, o jornal O Globo pretende definir o que são suas práticas e sua postura jornalística.
Óbvio que o texto apregoa a ligação das Organizações Globo com os valores liberais, que praticamente reduzem a democracia à liberdade de iniciativa, às liberdades individuais e à liberdade de expressão das empresas de comunicação, sem uma palavra sequer em realização dos direitos sociais.
Mas nem mesmo como texto liberal pode ser visto como sério ou sincero.
Porque não pode haver sinceridade ou seriedade que não comece com a assunção dos próprios defeitos, com a atitude honesta de olhar sobre si mesmo.
O longo texto, em nenhuma linha sequer exorciza o tenebroso passado de conivência e simbiose das Organizações Globo com o regime militar que, além dos direitos sociais, espezinhou os valores liberais e violou os direitos humanos, à liberdade e àté mesmo à integridade física e à vida.
E não se diga que isso é passado, porque o império inicia logo dizendo que “desde 1925, quando O Globo foi fundado por Irineu Marinho, as empresas jornalísticas das Organizações Globo, comandadas por quase oito décadas por Roberto Marinho, agem de acordo com princípios que as conduziram a posições de grande sucesso”.
Tudo o que concedem é um breve e vago “certamente houve erros”. Muito pouco para quem se nutriu e cresceu, como um cogumelo, à sombra da ditadura.
A arrogância é irmã da hipocrisia: a primeira atitude de toda desonestidade intelectual é proclamar, pomposamente, o quanto é honesto e verdadeiro.
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