terça-feira, 20 de março de 2012

Investir no funcionário público melhora os resultados das prefeituras

Municípios com melhor pontuação em gestão de pessoal valorizam seus funcionários
Prefeituras com melhores conceitos no item gestão de pessoal do ranking montado pela Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) valorizam servidores, pagam em dia e nem por isso comprometem a receita do município com a folha de pagamento. O estudo revelou que as cidades do Estado do Rio têm, em média, uma boa gestão em seus gastos neste quesito. Entre os 84 municípios avaliados, Rio das Ostras e Porto Real conquistaram a nota máxima (1,0) e são exemplo.


Apesar dos casos de sucesso, o Estado do Rio tem três cidades com total descontrole nos gastos com pessoal: Cantagalo, São Fidélis e São Francisco de Itabapoana. Esses municípios estão entre os 384 do País que gastaram mais de 60% da receita em despesas com o funcionalismo, desrespeitando a Lei de Responsabilidade Fiscal.

CASOS EXEMPLARES
Rio das Ostras e Porto Real apontam quais são os fatores determinantes para o resultado no ranking da Firjan: injeção de recursos vinda de royalties de petróleo e de instalações de montadoras de automóveis, aliada a uma política que valorize o pessoal sem provocar o inchaço da máquina pública.

O prefeito de Rio das Ostras, Carlos Augusto Carvalho Balthazar, comemorou: “A valorização do servidor público tem sido o nosso principal foco nos últimos anos. Trago empresas para a cidade para que o funcionário, em seu horário de trabalho, participe de cursos de capacitação”. Ele destacou que a cidade tem 70% de dependência dos royalties de petróleo. A folha de pagamento do município em fevereiro deste ano foi de R$ 17,1 milhões.

Para Jorge Serfiotis, prefeito de Porto Real, a cidade se reinventou depois de receber as fábricas da PSA Peugeot Citroen do Brasil e parte da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional). “Nossas receitas saltaram de R$ 48 milhões em 2004 para R$ 150 milhões em 2011 e há previsão que chegue aos R$ 240 milhões este ano. Com todos esses investimentos pudemos valorizar o bem mais precioso do nosso município, os servidores que trabalham todos os dias em busca de melhores resultados”, avaliou.

Na outra ponta do levantamento, Cantagalo contestou o estudo e informou que pensa em processar a Firjan e defende que não extrapolou o limite de gastos com pessoal. São Fidélis faz coro e diz que seus gastos com pessoal atingiram 51% no período de estudado. Já a Prefeitura de São Francisco de Itabapoana não se pronunciou.

Prefeitura do Rio ainda sofre com o custo elevado do funcionalismo
A Cidade do Rio teve entre as melhorias apontadas pela Firjan os gastos com pessoal. Mesmo recebendo Conceito C (Gestão em Dificuldade), foi elogiada por conseguir sair da pontuação zero de 2006 para 0,5515 no ano base 2010. O secretário-chefe da Casa Civil, Pedro Paulo Carvalho Teixeira, explicou que a atual gestão encontrou R$ 6,75 bilhões de gastos com pessoal, o que representava 56% do orçamento. “Tomamos ações administrativas e de gestão para reorganizar as contas. Com isso, conseguimos reduzir esse percentual para 46,8% no exercício de 2010 e 45% no de 2011”, defendeu o secretário. Segundo ele, a despesa com pessoal no ano passado foi de R$ 5,91 bilhões com 152.800 servidores da administração direta (ativos e aposentados). Outra característica da Prefeitura do Rio é o reajuste salarial anual obrigatório, incluído na Lei Orgânica do Município pelo ex-prefeito Cesar Maia. Na atual gestão, os servidores receberam reajuste de 6,71% em 2009, 4,21% em 2010 e de 6,56% no ano passado. Educação e Saúde são as duas categorias com maior quantitativo de servidor. Um Professor I - Licenciatura Plena com carga horária de 40 horas semanais tem remuneração inicial de R$ 3.656,29 na capital. Já o médico com carga horária de 24 horas ganha inicialmente R$ 1.926,83, podendo ser acrescido de Gratificação por Desempenho e Produtividade, conforme a unidade de lotação.
O Dia

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