Uma equipe de cientistas franceses descobriu que a formação da Terra, contrariamente ao pensado até agora, não aconteceu pela colisão de um só tipo de meteorito, segundo informou nesta sexta-feira, 23, o Centro Nacional de Pesquisas Científicas (CNRS) da França.
O grupo de especialistas analisou isótopos de silício terrestre e outros materiais procedentes de diferentes condritas de enstatita, o tipo de meteorito mais frequente dos caídos no planeta. Esta nova descoberta, segundo o CNRS, não resolve de maneira completa a questão sobre a origem da Terra, mas abre uma via interessante de análise.
A suposição inicial de que a Terra surgiu a partir de um só tipo de condritas tinha sido consequência da "surpreendente semelhança" entre a composição isotópica das mostras terrestres analisadas e a dessas condritas. Mas no estudo viu-se que se o núcleo terrestre procedesse da soma de um único tipo de condrita a temperatura de formação do magma no centro do planeta seria de 1,5 mil graus Kelvin, muito inferior aos 3 mil graus que indicam os modelos anteriores.
A pesquisa, cujos resultados foram publicados nesta sexta também na revista científica Science, revela igualmente que os isótopos de silício medidos em rochas terrestres e lunares eram similares. Isto sugere, segundo as conclusões, que o material que compõe o corpo da Lua fez parte do núcleo terrestre antes de ela se formar, o que reforça a teoria que o satélite originou-se devido à colisão de um protoplaneta contra a Terra.
Estadão
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