Nunca entendi direito o porquê dos tradutores terem colocado o título de O Poderoso Chefão na obra-prima de Francis Ford Coppola chamada, originalmente, The Godfather (O Padrinho).
Ao assistir ao Jornal Nacional desta segunda (12), minha dúvida terminou.
A Globo canonizou Ricardo Teixeira. Em uma homenagem travestida de reportagem, a afilhada querida do poderoso padrinho fez elogios sem-fim aos seus feitos à frente da CBF.
Foram pouco mais de 3 minutos e 30 segundos de aplausos.
Denúncias? Uma minúscula parte dos escândalos desvendados pela Record, durante semanas seguidas, apareceram brevemente após 2 minutos e 40 segundos e logo trataram de dizer que foram arquivadas.
Foram números e marcas positivas quase sem-fim
- 112 títulos
- 5 Copas América
- 3 finais consecutivas de Copa do Mundo
- Assumiu com apenas dois patrocinadores e deixou a entidade com R$ 271 milhões em caixa
- Organizou o campeonato nacional de futebol
- Comandou a campanha vitoriosa do Brasil para sediar a Copa de 2014
Este santo homem foi injustiçado por aqueles que não compreendem o amor de um pai por uma filha, de um padrinho por sua afilhada.
Como tenho dito nos últimos dias, é fácil mentir dizendo a verdade.
Ricardo Teixeira não deixou apenas o comando do futebol brasileiro nesta segunda. Deixou a Globo órfã de seu maior padrinho.
E o Jornal Nacional discursou em seu velório público.
O ProvocadorJornal Nacional elege Ricardo Teixeira nova Madre Teresa de Calcutá
Publiquei aqui uma crítica ao necrológio que Merval, o Imortal, Pereira fez ao ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira.
Mal sabia que o Jornal Nacional iria adiante, faria ainda mais pelo homem que esteve à frente da CBF por razões que sabemos, lá permaneceu por 23 anos, por essas mesmas razões, e agora sai para "tratamento de saúde", e todos nós sabemos de que saúde se trata.
As Organizações Globo sabem. O Jornal Nacional também sabe. A Rede Globo sabe, tanto que fez um Globo Repórter todo dedicado ao ex-capo.
Mas as OG aprenderam a lição do sábio Paulo Preto, aquele caixa do Serra acusado de se apropriar de milhões, que ameaçou o eterno candidato com a frase: "Não se abandona um líder ferido na estrada".
O necrológio de Merval e a ainda mais veemente edição de ontem do JN mostram que as OG não abandonaram o agora ex-líder ferido.
Fica no ar a pergunta: Se todos sabemos por que Ricardo Teixeira está saindo da CBF, como anteriormente seu sogro também abandonou o cargo no Comitê Olímpico, por que esse comportamento das OG? Por que a edição de ontem do Jornal Nacional só faltou indicar Ricardo Teixeira para o cargo espiritual de Madre Teresa de Calcutá?
Por que do panegírico para o homem que foi flagrado na CPI da Nike pronunciando a imortal frase ‘Se o relatório for aprovado, nós estamos fodidos’?
Nós, quem?
Blog do Mello
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