terça-feira, 6 de setembro de 2011

Sérgio Cabral deveria ser animador de micareta; além de rimar, seria uma solução


Sempre que o governo sentir falta de um tocador de tuba, pode chamar Sérgio Cabral (PMDB), governador do Rio, que ele logo se apresenta para ser uma espécie de animador de auditório. Sua figura remete àqueles chatos de resorts encarregados de fazer a turma da piscina dançar lambada na água. Cabral deveria ir animar micareta Brasil afora. Além de rimar, seria uma solução: “Tira o pé do chão, moçaaada…” A última dele agora é se fazer porta-voz da CPMF. 
Leiam o que vai abaixo. Volto em seguida.

Para Cabral, extinção da CPMF foi ‘covardia’
Por Renata Veríssimo, da Agência Estado:
O governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral, disse ser favorável à volta da Contribuição sobre Movimentação Financeira (CPMF) para financiar a Saúde. Cabral, que esteve reunido com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, defendeu um financiamento próprio para o setor de Saúde, assim como existe para a Educação. “Foi uma covardia a extinção da CPMF. Fez muito mal, não ao governo do (ex)presidente Lula, mas ao povo brasileiro”, afirmou Cabral. Ele disse que assinará a carta que está sendo preparada por alguns governadores em apoio ao retorno da CPMF. “Claro que assino. Acho fundamental esse financiamento à saúde”, afirmou.
O governador argumentou que não é possível financiar a Saúde somente com os atuais recursos arrecadados pelo governo. “O Brasil está expandindo cada vez mais os seus investimentos e é o motivo da alavancagem do crescimento econômico brasileiro”, disse. Segundo ele, investimentos como do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e do programa Minha Casa Minha Vida têm exigido mais recursos públicos. “O governo brasileiro tem o papel junto com os governos estaduais e municipais de alavancadores da economia brasileira”, afirmou.
Ele disse também que não se pode sacrificar a meta de superávit primário para aumentar os gastos da Saúde. “O governo brasileiro tem tido a preocupação com a macropolítica-econômica para garantir estabilidade inflacionária e garantir o crescimento. Quando se fala em superávit primário, não é um palavrão, é um sinônimo de responsabilidade fiscal”, afirmou Cabral.

Voltei
Vocês repararam que este senhor só desaparece quando acontece alguma tragédia no Rio, que lhe diz respeito? Centenas morrem soterrados, não se ouve falar de Cabral. Aliás, o cenário nas cidades serranas ainda é de catástrofe, mas o buliçoso governador parece não ter nada a ver com o assunto.
A tragédia com um helicóptero, que matou sete pessoas, caiu no quintal moral do governador. Ele ficou deprimido, coitado!, e tomou chá de sumiço. O mesmo se viu agora com o bondinho de Santa Tereza. Ao falar sobre o caso no quinto dia da tragédia, comportou-se como ombudsman do governo: criticou a situação lastimável do serviço, como se não tivesse nada a ver com aquilo e não estivesse no quinto ano de gestão.
Em busca de uma agenda fora dos seus afazeres, resolveu abraçar a causa da CPMF, com aquele discurso condoreiro, guerreiro, brigador. Ainda que o fim do imposto tivesse sido um crime, teria sido cometido com a ajuda do seu partido. A oposição, sozinha, não tinha votos para derrubá-lo. Fica parecendo que o desastre em curso na saúde começou depois do fim do imposto.
Por Reinaldo Azevedo Veja

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