sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Fernando Haddad é recepcionado com protesto na abertura da Bienal

O ministro da Educação, Fernando Haddad, foi recepcionado por 400 alunos e professores de institutos federais, na cerimônia de abertura 15ª Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro, na quinta-feira, no Riocentro. Em greve nacional desde, eles se aglomeraram protestando por reajustes salariais para o magistério e por 10% do PIB para a educação. Com cornetas e cartazes trazendo frases como "Estudantes na rua. Haddad, a culpa é sua", a manifestação contou também com representantes de sindicatos como o Sintuff, além de pais de alunos.
- Estamos sem aula desde 15 de agosto, e não acho justo, porque também o governo congelou o salário dos professores. Os alunos se comoveram e a gente decidiu se manifestar - contou Larissa Magalhães, de 15 anos, aluna de ensino médio do IFE de São Gonçalo.
Segundo Pâmella Passos, professora do IFRJ Maracanã e integrante da coordenação da greve dos IFEs, os grevistas exigem 14% de reajuste salarial para professores e técnicos, enquanto o governo decidiu dar 4%, e apenas para os professores. Pouco antes do início da cerimônia, uma comissão de cerca de dez manifestantes foi recebida pelo ministro da Educação, Fernando Haddad. Eles saíram da conversa reclamando:
- Foi só balela. Ele nos recebeu, mas não quis negociar nada -- disse Luciana Zaneti, mãe de Pedro, que cursa o 3 ano do ensino fundamental do Pedro II de São Cristóvão.
Mais tarde, o ministro Fernando Haddad participou da palestra "A educação no Brasil" dentro da programação da Bienal. Após o evento, o ministro falou sobre a manifestação dos grevistas, afirmando que "o que foi possível fazer, nós fizemos":
- Recebi a comissão (de manifestantes), e havia um pouco de desinformação sobre o PL (projeto de lei 2134/2011) que foi enviado ao Congresso na semana passada e que criaria 70 mil cargos por concurso público, e sobre o acordo que o Planejamento fez com os sindicatos de docentes - disse o ministro, ironizando ainda o fato de que o PL geraria críticas. - Você pode anotar que, daqui a poucos dias, haverá pessoas criticando o governo por ter encaminhado um PL com tantos cargos. Vai ter editorial reclamando de inchaço da máquina.

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