quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Todos iguais na inoperância!

À exceção da militância exacerbada de companheiros que exaltam Fernando Haddad para fazer o dever de casa exigido pelo Lula; à margem de neoliberais de carteirinha que identificam em José Serra a salvação contra o socialismo do governo Dilma; e deixando de lado certos gaiatos que supõem ser Celso Russomano um novo Jânio Quadros – a imensa maioria do eleitorado paulistano sabe que nada vai mudar, qualquer dos três que se torne prefeito da capital.

O descrédito é geral nos candidatos, incluídos os outros. O cidadão comum vai votar por obrigação ou por hábito, mas sem esperança de que o resultado das urnas venha a interferir em sua vida diária. Vem de longe a decepção com os políticos, sejam do PT, do PSDB, do PRB e das demais legendas.

Essa parece a principal característica das eleições de domingo na maior cidade brasileira. Caem no vazio as promessas de campanha que felizmente desaparecerão das telinhas e dos microfones, sendo hoje o último dia do festival de mentiras. Nada mais parecido com um companheiro do que um tucano ou um simpatizante do azarão que se tornou favorito. São todos iguais na inoperância.

As três correntes em choque interessam tanto quanto a influência das barbas do camarão nas marés do Mar Vermelho. Sabem, o operário da Vila Maria, o empresário da Avenida Paulista e o escriturário da Zona Central que o vencedor convocará os amigos, ocupará palácios e percorrerá São Paulo em carros oficiais, mas sem influir em seus salários e rendimentos, nem no atendimento nos hospitais públicos, na barafunda do trânsito e na insegurança das ruas.

A distância entre governantes e governados aumenta a cada dia, sendo a capital paulista o melhor exemplo do que acontece nas demais cidades do país. Uns mais honestos, outros menos, nenhum prefeito consegue influir decisivamente na vida de seus habitantes. Como nenhum governador e nenhum… (cala-te boca, que a hora não é essa).

Carlos Chagas  Tribuna

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