sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Dilma e Geisel, Cabral e índios



Além dos tristes legados à história do Brasil, o Governo  Geisel legou à memória do Rio de Janeiro a demolição do Palácio Monroe. Sem registro histórico, diz-se que o imóvel foi afetado por disparos na Revolta da Chibata de 1910, quando negros semialfabetizados tomaram o destino de suas vidas nas próprias mãos e resolveram exigir o fim dos castigos corporais na Marinha de Guerra.
Ernesto Geisel
Geisel não gostava do prédio que abrigara o Senado Federal porque teria marcas do levante popular, organizado exclusivamente por homens do povo que teriam obrigado o presidente da República e o Congresso a se ajoelhar pedindo clemência. Para Geisel, de ascendência alemã, a Revolta da Chibata foi uma afronta da ralé à elite naval, composta de oficiais louros e educados no estilo inglês. Os tiranos abominam a memória popular.

O prédio que abriga a Aldeia Maracanã corre o risco de ser demolido, com possível ciência da presidenta Dilma. Trata-se de edificação histórica doada em 1865, ao Império, pelo duque de Saxe, genro de D. Pedro II para emprego em atividades relacionadas aos índios. 
Presidente Dilma Rousseff: culpada por omissão
Em 1910 abrigou o Serviço de Proteção aos Índios. Em 1953, com Darci Ribeiro, os irmãos Villas-Bôas e o marechal Rondon, nele instalou-se o Museu do Índio, que funcionou até 1978. Ultimamente vem sendo ocupado por comunidades indígenas em suas visitas à cidade para resolver problemas de suas aldeias.

De acordo com certidão do 11º RGI, o prédio era da União Federal, que o transferiu para a Cobal, que o transferiu para a Conab, também federal. Para se eximir do ônus da demolição para a Copa do Mundo, o governo federal autorizou a transferência para o estado, por meio de promessa de compra e venda, ainda não registrada ou averbada. Se o governo do estado demolir o prédio, não o será sem que disto participe a presidenta Dilma, ainda que por omissão, que ficará na história da cidade tal como Geisel. Quanto à relação de Cabral com os índios, o histórico de desrespeito data de 1500.


João Batista Damasceno Doutor em Ciência Política pela UFF e juiz de Direito. Membro da Associação Juízes para a Democracia
O Dia

3 comentários:

Anônimo disse...

Sérgio Cabral respeita os índios, tanto que quer constriuir um centro de referência da cultura indígena e se preocupou em oferecer o aluguel social aos índios, uma regalia que muitos mendigos adorariam receber.

Doc Costa disse...

Sérgio Cabral não respeita ninguém além dos seus inve$tidore$ de campanha!!! Ele só ofereceu alguma coisa aos índios pois toda a situação repercutiu muito mal na imprensa nacional e internacional: "Então é assim que o governo do Rio trata os índios? Os habitantes originais do país!".
Se não fosse pela mobilização de alguns setores da sociedade e pela resistência da Aldeia Maracanã, Cabral já teria passado com os tratores por cima do prédio com os índios dentro e tudo!

Doc Costa disse...

É impressionante como aparece sempre um "bem intencionado" para defender Cabral e sua gangue dos guardanapos em todos os seus atos antidemocráticos e contra a população do estado, mas eles NUNCA tem nome, são sempre anônimos.
Gostam tanto de Cabral e o defendem com tal veemência que não tem nem coragem de se identificar!!!
Deve ser pra não queimar o filme...