O protesto nas imediações da casa do governador Sérgio Cabral (PMDB), no Leblon (zona sul do Rio), nesta quarta-feira, 17, causou um confronto entre policiais militares e manifestantes pelas ruas do bairro. A polícia usou bombas de gás e tiros com balas de borracha, e faltou luz em vias do bairro por onde os manifestantes seguiam.
Agências bancárias, lojas e pelo menos uma banca de jornais foram depredadas. Minutos antes do início do conflito com a PM, outro grupo de manifestantes havia atacado um prédio da TV Globo situado na rua Bartolomeu Mitre. Vidros foram quebrados e tinta branca foi lançada na fachada.
O ato, que reuniu cerca de mil pessoas, começou por volta das 17h30 e permaneceu pacífico até as 22h15. Cerca de meia hora depois começou o confronto entre policiais e manifestantes.
Protesto
O trecho da Rua Aristides Espínola entre as Avenidas Delfim Moreira e General San Martin, no Leblon, zona sul do Rio, onde mora o governador Sérgio Cabral Filho (PMDB), foi cercado com grades metálicas e isolado por policiais militares na tarde desta quarta-feira, 17. Perto dali, por volta das 16h, cerca de 200 manifestantes bloquearam a pista sentido Avenida Niemeyer da Delfim Moreira, em frente ao Posto 12, para mais um ato contra Cabral.
Os PMs levaram para o local um dos blindados conhecidos como Caveirão, veículos do Batalhão de Choque e o caminhão de jatos de água da Polícia Militar, e só permitiram a entrada de moradores, que são acompanhados por policiais militares até a porta dos prédios. Eles tentavam evitar que manifestantes entrem no trecho isolado. Mesmo os repórteres que acompanhavam o protesto foram proibidos de entrar na rua do governador. Em cartazes, manifestantes pediram o impeachment de Cabral e do prefeito Eduardo Paes, também do PMDB.
Revolta
Moradores do Leblon ficaram revoltados com o fato da polícia impedir a circulação de pessoas no quarteirão da rua Aristides Espínola. “Estão cerceando meu direito de ir e vir. Isso mostra como o poder é exercido no Brasil”, disse o arquiteto e empresário José Ricardo Teixeira, que estava acompanhado da filha de 12 anos e uma amiga dela. Os policiais só estavam liberando o acesso para moradores daquele quarteirão e os acompanhavam até a entrada do respectivo edifício. “Essa segurança que estão dando para o Cabral tinham de dar para os moradores, também”, afirmou Giuliana Teixeira, de 12 anos, a filha de José Ricardo.
A publicitária Patrícia Rodrigues distribuiu retalhos de tecidos com estampas de pimenta para as pessoas se protegerem do gás de pimenta, que tem sido utilizado pela PM nas manifestações. Ela chegou a bater boca com um PM que a impedia de passar. “Isso é inconstitucional”, disse. “Não adianta desabafar com a guarda do imperador, não”, disse outra moradora, que não quis se identificar.
Neste protesto, diferentemente dos anteriores, o comando do policiamento não está divulgando à imprensa informações sobre o total do efetivo empregado e estimativa de manifestantes. O batalhão de Choque da PM estava lá.
Estadão
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