O governo federal pretende oferecer treinamento a até 50 mil professores das redes públicas de ensino, em 2012, com informações sobre como enfrentar o crack e formas de abordar o problema nas escolas. De acordo com a secretária Paulina Duarte, que coordena o Senad (Secretaria Nacional Antidrogas), a iniciativa faz parte do plano nacional de combate ao crack, lançado pelo governo no ano passado.
A secretária falou sobre essas e outras ações durante o seminário “Educadores contra o crack”, realizado pela revista Carta Capital nesta sexta-feira (5), em São Paulo. De acordo com Paulina, porém, a pesquisa inédita com os números de usuários da droga e o perfil do consumo do crack no Brasil – carro-chefe do programa – permanece ainda sem prazo para ser lançada, devido a atraso na coleta de dados, ocasionado pelas chuvas que atingiram sobretudo a região serrana do Rio de Janeiro, no início do ano.
- É uma pesquisa muito complexa, porque ela tem toda uma abordagem diferenciada, que é de convidar o usuário a fazer exames para saber se ele tem HIV [vírus da AIDS], sífilis, hepatite B e C, etc. Então, apesar dessa ser uma atividade de pesquisa, nós já iniciamos um trabalho de acompanhamento aos usuários.
A expectativa inicial do governo era lançá-la ainda no 1º semestre de 2011, mas o levantamento de dados só deve ficar pronto no final do ano. Com a pesquisa, que pretende abordar 25 mil pessoas (inclusive nas zona rural), será possível apontar com precisão o número de dependentes do crack no país e o perfil desses usuários. Isso, diz Paulina, facilitará a criação de programas de tratamento aos pacientes no SUS (Sistema Único de Saúde).
Apesar do atraso, a secretária informou que o governo já iniciou o contato com os Estados e alguns municípios para definir estratégias para enfrentar as “cracolândias” nas cidades.
O governo também pretende iniciar, ainda neste mês, um mapeamento de todas as comunidades terapêuticas de tratamento aos usuários de drogas no país, coordenadas por ONGs (organizações não-governamentais). De acordo com Paulina, o objetivo é convidar, em edital que será publicado nas próximas semanas, essas instituições a trabalhar em parceria com o governo, mas ainda não foi divulgado quanto será investido nessas ONGs.
Questionada sobre a internação compulsória de usuários de crack, medida que passou a ser adotada recentemente por algumas cidades, como o Rio de janeiro e São Paulo, Paulina evitou fazer críticas, mas disse que “as experiências mundiais e pesquisas científicas apontam que os melhores resultados ocorrem quando as pessoas estão motivadas” a participar do tratamento – daí a importância da formação de educadores, principalmente daqueles que atuam nas escolas que atendem à população de baixa renda.
- Muitos erros ainda são motivados pelo medo [do problema] e pelo desconhecimento. O conhecimento e a informação ainda é o tratamento mais adequado que podemos oferecer.
R7.com
Comentário: Mais uma atribuição será "jogada" nas costas do professor! A iniciativa de combate às drogas é louvável e deve começar dentro da escola, mas tem que ser mais uma das inúmeras funções exercidas pelo professor??? Como diria a professora Amanda Gurgel: O professor dentro de sala com um giz na mão será o redentor da sociedade?
Não se pensa duas vezes na sobrecarga de trabalho e diversas responsabilidades a que os professores são submetidos e mais uma tarefa lhe é outorgada. Precisa ser feito? - O professores podem fazer, é só capacitar e transferir mais essa responsabilidade pra eles.
Mas quando se trata de valorizar o professor, não se pensa com tamanha "desenvoltura" nem se age tão prontamente para remunerar adequadamente o professor! Puta merda, já tô cansado disso!
Um comentário:
É um erro achar que professor pode minorar o uso de dependência de drogas entre seus alunos. A única coisa que o professor pode fazer é informar preventivamente dentro dos seus conteúdos.A escola sim, pode, acolhê-lo melhor e encaminhá-lo a tratamento. Dependencia de drogas é uma doença.Trabalho nisso a dez anos com artes no Nepad-Uerj e sei o que falo
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