terça-feira, 7 de agosto de 2012

Tragédia na serra: governo federal vai liderar buscas por desaparecidos

Ministra Maria do Rosário criou força-tarefa para cuidar das busacas aos desaparecidos na região serrana
O governo federal vai liderar a busca pelos 191 desaparecidos nas chuvas de 2011 na Região Serrana. A ministra Maria do Rosário Nunes, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, determinou a criação de uma força-tarefa, formada por dez profissionais, entre advogados, assistentes sociais e psicólogos, que chega à Serra esta semana, com a missão de ouvir famílias, prestar consultoria jurídica e cruzar os dados de desaparecidos com informações de cartórios, escolas, postos de saúde e cadastros sociais.

Em entrevista na sexta-feira, em Brasília, a ministra explicou que os três Centros de Referência em Direitos Humanos (CRDH) mais próximos da Região Serrana — Nova Iguaçu, Juiz de Fora (MG) e Petrópolis — vão participar do esforço concentrado. Procurada em julho pela reportagem, a ministra planejou em um mês a ação dos próximos dias.

— Nós fizemos um diagnóstico idêntico ao relatado pelo EXTRA. Vamos colocar esses centros de referência à disposição da população, para tentarmos melhorar, ao máximo, a situação dessas famílias, que, em alguns casos, não conseguiram sequer enterrar seus entes queridos — explicou a ministra Maria do Rosário.

Coordenador-geral dos CRDHs de todo o país, João de Souza Júnior é o encarregado de formatar como vai ser a operação na Região Serrana. Ele diz que as primeiras pessoas que serão procuradas são os citados na reportagem, como a dona de casa Amanda Ferreira, que perdeu 29 parentes em Teresópolis.

— Vamos tratar prioritariamente dos casos mais agudos, apontados pelo EXTRA — prometeu Souza Júnior.

Segundo João, o mapeamento será descrito num relatório pedido pela ministra. Até o cadastro do Bolsa-Família será analisado.

Uma das respostas para o grande número de desaparecidos pode estar no óbito de indigentes, por exemplo.

A ministra quer usar a experiência aprendida na Serra no restante do país.

— A situação é triste, mas o Brasil está aprendendo com essa situação — afirmou Maria do Rosário.


EXTRA

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