Cientistas estão reavaliando conhecimento sobre aglomerados estelares e capacidade de um buraco negro expulsar o outro |
Cientistas americanos encontraram um aglomerado de estrelas, dentro
da Via Láctea, no qual foram detectados dois buracos negros ao invés de
um. O aglomerado estelar M22, formado por até um milhão de estrelas,
contém pelo menos dois buracos negros, uma descoberta que modifica a
teoria mais sólida até o momento.
Segundo esta mesma teoria, nestes agrupamentos de
estrelas são gerados centenas de buracos negros, mas a maioria deles é
expulso para o exterior por conta da força gravitacional, fazendo com
que só um permaneça dentro do aglomerado.
"Os processos físicos que esperamos que aconteçam estão,
de fato, tendo um lugar no aglomerado. Os buracos negros são mais
maciços que as estrelas, o que faz com que migrem ao centro do cúmulo e
interajam entre eles, o que por sua vez faz com que muitos buracos
negros sejam expulsos do agrupamento", explicou o astrônomo Jay Strader,
da Michigan State University (EUA).
No entanto, a descoberta de dois buracos negros em um
aglomerado demonstra que seu processo de expulsão não é tão eficiente
como diz a maioria das teorias.
"Quando restam poucos buracos negros, não acho que
interajam e se expulsem entre eles tão rapidamente, por isso que alguns
permanecem mais tempo do que se pensava até agora", acrescentou o
pesquisador.
De fato, Strader estima que este aglomerado de estrelas,
situado na constelação de Sagitário e que orbita em torno da Via Láctea
como se fosse um satélite, poderia abrigar uma população de cerca de
cinco a 100 buracos negros.
A descoberta aconteceu a partir de imagens da M22, um dos
aglomeradosde estrelas mais próximos da Terra, obtidas pelo Very Large
Array (VLA), um observatório radio-astronômico situado no Novo México
(EUA).
A equipe de Strader calculou, além disso, que a massa de cada um destes buracos negros variaria entre 10 e 20 vezes a do Sol.
Outros pesquisadores tinham detectado a coexistência de
mais de um buraco negro em outros aglomerados, mas até agora tinha sido
impossível determinar suas massas.
Strader ressaltou que estes são os primeiros buracos
negros, situados em um aglomerado, que são detectados por emissões de
rádio ao invés de raios-X, o que significa que estariam aumentando de
tamanho.
iG
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