sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Sepe contesta avaliação do Bird sobre eficiência de professores na rede estadual

 
Comentário: O secretário/economista Risoles quer saber onde estão os melhores mestres??? Isso é muito fácil: estão nas universidades públicas e escolas técnicas federais, onde estão também os melhores salários pagos! Onde o professor não tem que ter 2, 3 ou 4 empregos pra fazer uma renda suficiente pra se sustentar! Onde existe autonomia pedagógica e investimento em infraestrutura e materiais didáticos de qualidade! por fim quer avaliar o "tempo de produção" da "indústria" da educação (Jesus Cristo...essa gente - podemos chamar de gente? - acha que aluno é mercadoria mesmo!) para "otimizar" a "produção"!!! Putz, não tenho mais nada pra demonstrar meu repúdio a mais essa elocubração da SeeducRJ.
 
O anúncio da SEEDUC do início de novembro da visita de coordenadores pedagógicos da Secretaria treinados pelo Banco Mundial (BIRD) para "medir a eficiência dos professores em sala de aula" - a iniciativa faz parte de um programa conjunto do governo do estado com o BIRD, no qual técnicos educacionais foram treinados pelo banco para alavancar um projeto-piloto que pretende avaliar os professores - foi prontamente rejeitado pelo Sepe

O anúncio do início do projeto foi feito em matéria publicada pelo jornal o Globo (19/10), que explica que o proejto  foi realizado em mil escolas de Minas Gerais, Pernambuco e do município do Rio. A desculpa do secretário de estado de Educação Wilson Risolia é a de que o "trabalho permite a confecção de um mapa sobre onde atuam os melhores mestres do estado" e o objetivo seria identificar características no trabalho deles que seriam multiplicadas através de cursos de capacitação continuada. Num segundo momento, o secretário admitie que os resultados deverão levar à concessão de uma bonificação permanente".

Mais
uma vez, o secretário Risolia, que é economista e não educador  provas da sua prática tecnicista e não educacional, querendo medir eficiência dos profissionais de educação por meio gráficos, tabelas e mostras de desempenho. Tudo isto sem levar em contas desigualdades da rede, a falta de investimentos do governo do estado no setor e os salários miseráveis que são pagos aos profissionais, que trabalham no limite, massacrados para cumprir as metas impostas pelo projeto educacional do governo estadual. A parceria com o BIRD - amanhã, quem sabe não será com o FMI? - foi anunciada ontem (dia 18/10) no Global Economic Symposium, que está acontecendo no Rio de Janeiro. 


Monitores atuarão como espiões no fundo das salas de aula

A metodologia do programa do BIRD em parceria com Risolia chega a beirar as raias do ridículo: segundo Barbara Bruns, economista do BIRD "responsável pela educação na América Latina!", os coordenadores treinados ficarão no fundo da sala, sguindo um método adotado nos Estados Unidos, fazendo anotações sobre os materiais usados pelos professores, as atividades realizadas e o envolvimento dos alunos. A técnica continua falando na matéria do Globo, afirmando que "a educação é a única indústria (sic) em que os "operários" não têm performance avaliada de forma objetiva em prol da otimização do tempo".

Ouvida
pelo jornal a direção do Sepe se mostrou contrária a tal projeto e criticiou a iniciativa de transferência de sistemas de avaliação de cunho econômico para a área educacional. Para o Sepe o programa segue a linha adotada por Cabral e Risolia de punir e reponsabilizar o professor por todas as mazelas

SEPE RJ

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