Nos últimos dias, “analistas de mercado” ouvidos pela mídia
rentista lamentaram a queda de lucratividade dos bancos privados. O
mote da choradeira foi a redução da rentabilidade do Bradesco e do Itaú,
segundo os seus balancetes. Alguns “calunistas” da TV Globo, que mais
parecem assessores de
imprensa dos agiotas financeiros, quase choram! Para eles, esta queda da
margem
de lucro coloca em perigo o sistema financeiro. De forma marota, eles
culpam
a redução da taxa básica de juros deflagrada pelo Banco Central.
A lamúria dos banqueiros e de seus porta-vozes não se
sustenta. O sistema financeiro brasileiro é um dos mais rentáveis do mundo. Os
governos Lula e Dilma não adotaram qualquer medida mais estrutural contra a
agiotagem no país. A queda da taxa básica de juros, a Selic, foi uma
imposição da grave crise capitalista mundial e apenas triscou o lucro dos
bancos. No primeiro trimestre deste ano, o “coitadinho” do Bradesco lucrou R$ 2,862
bilhões; já o “pobrezinho” do Itaú abocanhou R$ 3,371 bilhões. Que
dó!
Expedientes criminosos
Na prática, os banqueiros têm compensado a tímida queda de
rentabilidade causada pela redução da Selic com outros expedientes – a maioria
deles criminosos. Segundo estudos da Secretaria de Defesa do Consumidor do
Ministério da Justiça, as instituições financeiras estão criando novas tarifas
e achando brechas nas normas legais para cobrar por serviços não contratados
pelos clientes. O roubo é tão descarado que o número de reclamações contra os
bancos neste ano já somam o equivalente aos dos dois anos anteriores juntos.
A cobrança irregular de serviços já ocupa a liderança no
ranking de reclamações do Banco Central. No ano passado, as queixas mais do que
triplicaram. Para a economista Ione Amorim, do Instituto de Defesa do
Consumidor (Idec), os bancos usam os pacotes de serviços “para validar a
cobrança de outras tarifas e driblar as normas”. Os principais problemas ocorrem
nos chamados serviços diferenciados, que incluem desde aluguel de cofres a
envio de mensagens automáticas e administração de fundos de investimento.
A mídia rentista protege os agiotas
O “coitadinho” do Bradesco, por exemplo, passou a cobrar dos
clientes, em julho deste ano, pela visualização da imagem dos cheques emitidos
nas consultas pela internet. A tarifa de R$ 2 é classificada pelo banco como “serviço
diferenciado”. Para Sérgio Odilon, chefe do Departamento de Normas do Banco
Central, a cobrança é irregular. Ele orienta os clientes a denunciar sempre que
identificarem que algum custo foge a regra e destaca que, mesmo nos pacotes, o
cliente precisa ser previamente informado sobre novas cobranças.
A mídia rentista, com seus “especialistas de mercado”, bem
que poderia alertar a sociedade sobre este e outros crimes dos banqueiros. No
caso das emissoras de rádio e tevê, que exploram concessões públicas, elas
teriam a obrigação da prestar este serviço à população. Ou será que algum “calunista”
da mídia também está ganhando uns “trocados” com a agiotagem financeira que
impera no Brasil?
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