terça-feira, 23 de outubro de 2012

Milhares se manifestam em Madri contra cortes em educação

Entre gritos de "Vamos parar esta reforma" e "Pais e estudantes, unidos e adiante", os manifestantes saíram da praça de Netuno em direção à sede do Ministério de Educação

Milhares de pais, professores e alunos se manifestaram nesta quinta-feira em Madri contra os cortes na educação, feitos pelo governo espanhol, segundo uma dura política de austeridade para reduzir o déficit público.

Entre gritos de "Vamos parar esta reforma" e "Pais e estudantes, unidos e adiante", os manifestantes saíram da praça de Netuno em direção à sede do Ministério de Educação no centro de Madri, atrás de uma faixa em que podia ser lida "Pela educação pública. Pelo futuro de nossos jovens".

"Supõe-se que nós estamos estudando para trabalhar e ajudar a solucionar, no futuro, a situação do país e nos tiram os recursos, pois vamos mal", disse à AFP María Pérez, uma estudante de 16 anos, estudante do quarto curso da Educação Secundária Obrigatória (ESO).

"As salas estão muito cheias e os professores não podem atender a todos, acredito que isso será percebido nos exames finais", acrescenta esta jovem.

Muitos dos manifestantes, que seguravam cartazes com frases como "Não aos cortes" ou "Educar é um investimento necessário", vestiam camisetas verdes com o slogan "escola pública de todos, para todos", que se transformou na identidade dos protestos contra os cortes em educação.

"Na minha turma de terceiro de ESO há 8 alunos surdos e não tenho apoio, faço o que posso, mas honestamente, não dedico o tempo que deveria ser dedicado", afirma Teresa Montes, uma professora de inglês, de 50 anos.

"Para os alunos surdos, até agora havia intérpretes ou professores de apoio, agora não há nada", acrescentou.

A manifestação de Madri se refletiu em outros protestos realizados nesta quinta-feira por toda a Espanha no âmbito das mobilizações contra os cortes em educação, que se traduziram na redução de ajuda ou aumento das taxas universitárias.

Determinado a reduzir o déficit público, o governo conservador de Mariano Rajoy anunciou ajustes de 150 bilhões de euros entre 2012 e 2014.

O gasto público em educação foi reduzido em mais de 1 bilhão de euros em 2012 em relação a 2011 e durante 2011-2012 houve quase 3.000 professores a menos de um total de 494.000, segundo o Ministério da Educação.

Exame

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