Entre gritos de "Vamos parar esta reforma" e "Pais e estudantes, unidos e adiante", os manifestantes saíram da praça de Netuno em direção à sede do Ministério de Educação |
Milhares de pais, professores e alunos se manifestaram nesta
quinta-feira em Madri contra os cortes na educação, feitos pelo governo
espanhol, segundo uma dura política de austeridade para reduzir o
déficit público.
Entre gritos de "Vamos parar esta reforma" e "Pais e estudantes, unidos
e adiante", os manifestantes saíram da praça de Netuno em direção à
sede do Ministério de Educação no centro de Madri, atrás de uma faixa em
que podia ser lida "Pela educação pública. Pelo futuro de nossos
jovens".
"Supõe-se que nós estamos estudando para trabalhar e ajudar a
solucionar, no futuro, a situação do país e nos tiram os recursos, pois
vamos mal", disse à AFP María Pérez, uma estudante de 16 anos, estudante
do quarto curso da Educação Secundária Obrigatória (ESO).
"As salas estão muito cheias e os professores não podem atender a
todos, acredito que isso será percebido nos exames finais", acrescenta
esta jovem.
Muitos dos manifestantes, que seguravam cartazes com frases como "Não
aos cortes" ou "Educar é um investimento necessário", vestiam camisetas
verdes com o slogan "escola pública de todos, para todos", que se
transformou na identidade dos protestos contra os cortes em educação.
"Na minha turma de terceiro de ESO há 8 alunos surdos e não tenho
apoio, faço o que posso, mas honestamente, não dedico o tempo que
deveria ser dedicado", afirma Teresa Montes, uma professora de inglês,
de 50 anos.
"Para os alunos surdos, até agora havia intérpretes ou professores de apoio, agora não há nada", acrescentou.
A manifestação de Madri se refletiu em outros protestos realizados
nesta quinta-feira por toda a Espanha no âmbito das mobilizações contra
os cortes em educação, que se traduziram na redução de ajuda ou aumento
das taxas universitárias.
Determinado a reduzir o déficit público, o governo conservador de
Mariano Rajoy anunciou ajustes de 150 bilhões de euros entre 2012 e
2014.
O gasto público em educação foi reduzido em mais de 1 bilhão de euros
em 2012 em relação a 2011 e durante 2011-2012 houve quase 3.000
professores a menos de um total de 494.000, segundo o Ministério da
Educação.
Exame
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