Reformas trabalhistas são principal motivo de discórdia. Governo quer levar projeto de orçamento ao Parlamento na quarta-feira. |
O primeiro-ministro grego, o conservador Antonis Samaras, convocou neste
sábado (27), em caráter de urgência, os responsáveis pelos ministérios
afetados pelas novas medidas de austeridade para tentar pactuar antes de
segunda-feira o novo pacote de cortes, segundo a imprensa local.
Após a reunião, o ministro das Finanças, Yannis Stournaras, disse que o
governo da Grécia pretende colocar as reformas trabalhistas exigidas
por credores estrangeiros em votação parlamentar, apesar da recusa de um
parceiro de coalizão de apoiá-las.
Segundo o portal de notícias 'in.gr', o governo e os três partidos da
coalizão (o conservador Nova Democracia, o social-democrata Pasok e o de
centro-esquerda Dimar) estão em constante comunicação e espera-se que
até domingo possam fechar um acordo.
A posição mais dura é do Dimar, que exige que as medidas de
flexibilização do trabalho sejam retiradas ou adiadas. Outra proposta do
Dimar é desvincular os cortes da reforma para que o partido possa
apoiar apenas os ajustes no orçamento.
Já no Pasok, parte dos seus integrantes mantém reservas em relação às
exigências sobre o mercado de trabalho da troika – grupo formado pelo
Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Central Europeu (BCE) e
Comissão Europeia.
Projeto orçamentárioO governo apresentará o
projeto orçamentário de 2013 – que contém a maior parte das novas
medidas de austeridade exigidas pelos credores – ao Parlamento na
quarta-feira. Enviará ao Congresso também um projeto separado com
reformas incluindo as polêmicas medidas trabalhistas, disse Stournaras,
neste sábado.
A quase falida Grécia precisa de um acordo abrangente sobre o pacote de
austeridade e sobre as reformas para desbloquear sua próxima parcela de
ajuda antes que fique sem dinheiro em meados de novembro. A dívida
pública bruta grega equivale a 171% do Produto Interno Bruto (PIB),
segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI).
O partido Esquerda Democrática tem o apoio de 16 deputados no
Parlamento de 300 cadeiras e o governo – que tem uma maioria de 176
cadeiras – pode passar o pacote sem o seu apoio.
Atenas negocia o pacote de austeridade com líderes da União Europeia e
do FMI há meses, mas um acordo final foi adiado pelas objeções do
Esquerda Democrática.
"O governo pretende levar o projeto de orçamento ao Parlamento na
quarta-feira", disse Stournaras a jornalistas depois da reunião com o
primeiro-ministro, Antonis Samaras. O projeto incluindo as reformas
trabalhistas será apresentada dias depois, ele disse.
G1
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