Como recomendava o cronista Maneco Muller, não convidem para o mesmo evento
social o atual ministro do Trabalho, Brizola Neto, e o anterior, Carlos Lupi.
Pode sair faísca.
Reportagem de Fernando Exman e João Villaverde, no jornal Valor, mostra que o
ministro Brizola Neto já demitiu praticamente todos os executivos do alto
escalão que trabalharam no período em que Lupi, presidente do PDT, foi ministro
(abril de 2007 a dezembro de 2011)
Os três principais auxiliares de Lupi afastados por Brizola Neto são o
secretário-executivo, Paulo Roberto Pinto, o secretário de políticas públicas de
emprego, Carlo Roberto Simi, e a secretária de relações do trabalho, Zilmara
Alencar. Das quatro secretarias do Ministério, apenas o secretário de Economia
Solidária, Paul Singer, continua no cargo, por não ser indicação de Lupi, já que
é antigo militante do PT.
A primeira a cair foi Zilmara, responsável desde março de 2010 pela
homologação dos sindicatos no país. Criticada por algumas organização sindicais,
em especial pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), Zilmara foi substituída
pelo sindicalista Manoel Messias, ex-dirigente da CUT. Antes de Zilmara, a
secretaria de relações do trabalho fora ocupada por Luiz Antônio de Medeiros,
fundador da Força Sindical.
Braço direito de Lupi e ministro interino por 160 dias, Paulo Roberto Pinto
foi demitido da secretaria-executiva do ministério no dia seguinte à posse de
Brizola Neto. O antigo secretário discursou no Planalto na cerimônia de posse do
novo ministro e pretendia a permanência. Mas para o cargo, Brizola Neto nomeou o
economista Carlos Antônio Sasse, que fora secretário da Fazenda nos governos
Brizola e Garotinho no Rio de Janeiro. Sasse deixou o governo Garotinho depois
de denunciar um suposto esquema de corrupção envolvendo fiscais do governo.
Já Carlo Roberto Simi, que comandava a principal secretaria do ministério há
cinco anos, responsável pela formulação das políticas da pasta, foi substituído
por Marcelo Aguiar, que era assessor parlamentar do ministério. A gestão de Simi
foi especialmente criticada pela falta de “determinação” e de “objetivos
claros”, segundo os repórteres do Valor.
Além de formular e gerir as políticas do ministério, Simi também presidia o
Conselho do Fundo de Amparo do Trabalhador (FAT), que nos últimos anos perdeu
praticamente todas as suas prerrogativas, em especial a definição de estratégias
para qualificar trabalhadores no país.
Enquanto isso, Lupi mostra sua sede de poder e se torna, ao mesmo tempo,
presidente nacional do PDT, presidente regional e presidente municipal do
partido no Rio de Janeiro. Impressionante.
Carlos Newton Tribuna
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