domingo, 15 de julho de 2012

A versão moderna(?) do PMDB

Com todo o respeito aos patriarcas que sobraram no PMDB, fiéis à legenda responsável pela queda da ditadura militar e à memória de gente como Ulysses Guimarães, Tancredo Neves, Teotônio Vilela, Mário Covas e outros, a verdade é que o partido continua indo atrás da vaca. Para o brejo, onde se encontra submergindo cada vez mais.

A última do PMDB, ou do grupo que o controla, é de não ter mesmo candidato à presidência da República em 2014. Arriscar-se, de jeito nenhum. Já está decidido que apoiarão a reeleição de Dilma Rousseff, se ela concorrer, ou do Lula, se ele se apresentar. Ou de quem os companheiros indicarem. A palavra de ordem no partido é manter-se sempre à sombra do poder, qualquer que ele seja, beneficiando-se com ministérios, diretorias de estatais e altas funções, das ostensivas às encobertas. Ou antes não apoiaram Fernando Henrique?

Não dá para aceitar sem protestar uma estratégia dessas. Primeiro porque como ainda o maior partido nacional, o PMDB tinha obrigação de apresentar candidato próprio, depois de tanto anos atrelado aos outros. Depois, porque contentar-se com as migalhas do banquete antes servido por Fernando Henrique, depois pelo Lula, agora por Dilma, significa carimbar passaporte para o desaparecimento.

Pouco representa para o partido dispor do maior número de vereadores, prefeitos, deputados estaduais, governadores e senadores. Já perdeu em número de deputados federais e mais perderá, desse jeito. Quer apenas bilhete para usufruir das benesses governamentais. O preço a pagar tem sido o envelhecimento, a perda de identidade e, acima de tudo, a subserviência. Os companheiros do PT olham de cima para baixo essa federação de divergências transformada num aglomerado insosso, informe e inodoro, cujo objetivo maior, agora, é eleger Henrique Eduardo Alves presidente da Câmara.

Carlos Chagas  Tribuna

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