Pesquisadores da Universidade da Columbia Britânica (UCB), no
Canadá, disseram nesta terça-feira ter feito uma descoberta que pode
levar ao desenvolvimento de uma vacina universal contra a gripe, o que
eliminaria a necessidade de imunizações anuais.
O anúncio
ocorre em um momento em que as autoridades de saúde demonstram grande
preocupação com um possível surto de infecções pelos subtipos H5 e H7.
Embora o número de contaminados seja baixo e o registro de transmissão
entre humanos seja raro, a alta taxa de letalidade das cepas (cerca de
50%) fez com que alguns países que detectaram o vírus em animais os
sacrificassem por segurança.
Os cientistas perceberam
que a vacina usada para combater o H1N1, que provocou a pandemia de
2009, foi capaz de proteger o organismo de outras variantes da
enfermidade. De acordo com os médicos, o resultado pôde ser alcançado
porque a população ainda não tinha sido exposta a um vírus com as
características semelhantes ao de 2009.
A técnica diferencia-se por atuar em uma região diferente do microorganismo. A superfície do vírus da gripe tem uma proteína
chamada de hemaglutinina (referente ao H), que se organiza tal qual um
pirulito, com uma haste e uma cabeça. É a partir desta estrutura que o
vírus propaga-se pelas células saudáveis.
A grande dificuldade para prevenir
a doença é que as vacinas atuais estimulam a produção de anticorpos
dirigidos para a cabeça da hemaglutinina, altamente suscetível a
mutações. A haste, no entanto, não sofre alterações. Deste modo, se o
sistema imunológico for capaz de atingir a haste, conseguirá combater
qualquer cepa da gripe.
"Os anticorpos observados
atacaram a haste, neutralizando o vírus da gripe", entusiasmou-se o
imunologista John Schrader, diretor do Centro de Pesquisa Biomédica da
UBC. Ele afirma ainda que existem provas de que uma vacina desenvolvida a
partir de uma mistura de formas da gripe que circulam apenas em animais
selvagens poderia ter efeitos parecidos com os verificados no trabalho se aplicadas em seres humanos. "Há grandes chances de as pandemias de gripe se tornarem coisas do passado", acrescenta.
JB
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